O PCdoB se consolidou em 1962 como uma dissidência do antigo PCB (Partido Comunista do Brasil) – nascido em 25/03/1922 como a seção brasileira da Internacional Comunista, construído por operários e intelectuais oriundos da militância anarco-sindical.

Por Bernardo Gomes*

O PCdoB reivindica sua data de fundação junto ao partidão de 1922, sendo a verdadeira continuação do antigo Partido Comunista, portanto comemora hoje 98 anos de história política no Brasil, dos quais, em sua maior parte na clandestinidade, devido as perseguições políticas das Ditaduras do Estado Novo de Getúlio Vargas, e da Ditadura Militar.

Como um partido que se confunde com a história democrática do nosso país, o PCdoB cerrou suas fileiras em diversas lutas democráticas e nacionalistas, sendo a maior delas no processo de redemocratização do Brasil no período da Ditadura Militar.

Ao lado de outros movimentos e partidos como ALN, VPR, MR8, PCBR, o PCdoB participou da luta de guerrilhas armadas, uma das únicas alternativas contra a repressão política violenta e cruel dos anos de chumbo. A mais conhecida dessas lutas foi a Guerrilha do Araguaia que culminou com a morte dos principais militantes e dirigentes do partido. Entre 1964 e 1979 a maioria das mortes provocadas pela repressão do regime militar, eram de militantes do PCdoB.

Com o processo de abertura democrática iniciado nos anos 1980, o PCdoB começou a adentrar nos movimentos sindicais e estudantis, encontrando espaço para atuação política institucional no MDB – Movimento Democrático Brasileiro, elegendo os seus primeiros deputados pela sigla que representava a democracia. Os comunistas apoiaram a eleição de Tancredo Neves para Presidente do Brasil no colégio de líderes, como a saída para a transição democrática e a legalização política do partido.

Uma vez na legalidade o PCdoB sempre apoiou uma frente ampla de esquerda no Brasil, apoiou o PT – Partido dos Trabalhadores, nas eleições de 1989, 1994, 1998, 2002, e junto ao PT ajudou a construir o melhor projeto de desenvolvimento com inclusão social que o Brasil experimentou em sua história, entre 2002 e 2015, provocando transformações significativas no Estado e na sociedade.

Atualmente, em meio esta onda conservadora e neofascista no Brasil e no mundo, o PCdoB enfrentou um processo eleitoral nacional em 2018, com um paradigma abertamente anti-comunista, sendo muitas as dificuldades para a atuação política institucional do partido.

Em 2019, os comunistas se juntaram ao PPL – Partido Pátria Livre, que traz em seu seio a atuação dos antigos revolucionários do MR8 – Movimento Revolucionário Oito de Outubro, aliança necessária para a superação da cláusula de barreira e o fortalecimento da atuação política institucional frente a um período de retrocessos democráticos no país.

No esteio do seu aniversário de 98 anos o PCdoB se prepara para as eleições municipais, apresentando para a sociedade o Movimento 65, tática eleitoral ampla que fortalece a legenda comunista e busca a adesão do partido em diversas camadas e setores da população, conclamando todas e todos os democratas a participarem da disputa do poder político nos municípios brasileiros.

Diante de avanços e recuos, de conquistas e derrotas, os comunistas sempre se organizam, mantendo sua base teórica marxista-leninista, para representar os anseios dos trabalhadores e das massas populares, ao caminho de uma sociedade socialista livre da exploração do capital e do domínio imperialista.

Soberania Nacional, direitos para o povo!

Seja na clandestinidade ou na legalidade: Viva o Partido Comunista do Brasil!

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