Legenda: Olaf Sholz, que vai substituir Merkel, anuncia novo salário mínimo alemão

A chamada coalizão ‘semáforo’ – vermelho, amarelo, verde, as cores dos partidos componentes –, constituída por social-democratas, liberal-democratas e verdes, anunciou o compromisso de elevar o salário mínimo na Alemanha de 9,60 euros (R$ 61,25) a hora para 12 euros (R$ 76,56) – um aumento de 25%.

Até 6 de dezembro, deverá estar concluído o processo de aprovação interna de cada um dos partidos integrantes da coalizão ao acordo de 177 páginas que veio à público no dia 24 de novembro, para decisão final no Bundestag (parlamento), com o social-democrata Olaf Scholz substituindo Angela Merkel, há 16 anos no cargo.

Nas eleições de setembro, com o pior resultado da democracia-cristã nas urnas da história, e nas quais os social-democratas saíram na frente, marcou o fim da ‘Grande Coalizão’ (GroKo, na sigla em alemão), a gestão conjunta Merkel-social-democratas.

O combate à covid-19 é uma questão prioritária “em uma altura em que diariamente assistimos a um novo máximo de incidência”, disse Scholz já antes da péssima notícia da nova variante ômicron.

O programa da coalizão ‘semáforo’ promete, ainda, que “não haverá cortes nas pensões e nenhum aumento na idade legal de aposentadoria”. Está em processo o aumento da idade mínima de 65 para 67 anos.

Para rever alguns dos mecanismos mais torrados das reformas trabalhistas dos anos 2000, o plano institui o “subsídio do cidadão” no lugar do detestado auxílio-desemprego II da Harz IV, mas mantém exigências sobre aceitação pelo beneficiado de qualquer emprego que apareça.

O programa da aliança semáforo promete ainda que serão construídos 400 mil novos apartamentos a cada ano. Uma série de benefícios existentes, como pensão para crianças, abono de família, ajuda à educação, serão juntados e consolidados em um “benefício básico” para crianças.

O plano também se propõe a “reduzir a migração irregular e possibilitar a migração regular”.

No capítulo Proteção Climática em uma Economia Socioecológica de Mercado, a coalizão afirma que “como a maior economia industrial e de exportação da Europa, a Alemanha está enfrentando profundos processos de transformação na competição global na década de 2020”. E convoca à tarefa de “dar à força econômica de nosso país uma nova dinâmica.”

Assim, como parte do esforço do país para manter a Alemanha rumo à meta de “1, 5 grau Celsius”, os planos do novo governo incluem a eliminação gradual da energia do carvão até 2030, oito anos antes da atual meta; fazer com que 80% da energia elétrica consumida venha de energias renováveis dentro de uma década; e levar 15 milhões de veículos elétricos às ruas alemãs até 2030.

“É um voto de confiança em nosso futuro elétrico e na descarbonização de nosso sistema energético”, avaliou o dirigente do Instituto ambientalista Ember, de Londres, Charles Moore, que chamou de “realmente ousado” o compromisso para as energias renováveis assumido expressamente.