Scholz, social-democrata, SPD, (e)), com líderes da coalizão Lindner, liberal, FDP e Annalena Baerback, Verdes

Na Alemanha, os partidos Social-Democrata (SPD), Verde e Liberal Democrático (FDP) anunciaram na quarta-feira (24) um acordo para a formação de um novo governo, na chamada ‘Coalizão Semáforo’ – nome que se refere às cores dos três partidos, vermelho, verde e amarelo –, após quase dois meses de negociações.

“Estamos unidos pela vontade de tornar este país melhor”, disse o social-democrata Olaf Scholz (SPD) ao lado dos líderes dos verdes e dos liberal-democratas.

O acordo de governo, de 177 páginas, agora irá à aprovação individual de cada partido, para que na semana de 6 de dezembro Scholz seja eleito novo primeiro-ministro no Bundestag [parlamento] em substituição à democrata-cristã Angela Merkel, que por 16 anos encabeçou o governo alemão.

Tradicionalmente uma coalizão de governo necessita alcançar a maioria absoluta no Parlamento (o que também garante a eleição do candidato a primeiro-ministro indicado).

O SPD foi o partido mais votado nas eleições gerais de 26 de setembro, com 25,7% dos votos, enquanto os verdes tiveram 14,8% e os liberal-democratas, 11,5%.

A democracia-cristã teve seu pior resultado da história, caindo para 24,1% dos votos e a reedição da chamada ‘Groko’ (Grande Coalizão), de democrata-cristãos mais social-democratas, foi descartada pelos dois lados.

No governo Groko que agora se encerra, Scholz exercia o cargo de ministro das Finanças da Alemanha. Na coletiva de imprensa desta quarta, ele se comprometeu com “políticas de alto impacto”.

“A principal potência industrial da Europa vai ter um novo governo, uma aliança sem precedentes, cujo objetivo é modernizar este país, o que requer um grande esforço”, afirmou Robert Habeck, colíder dos verdes.

“Estamos enfrentando o grande desafio de uma crise de saúde. Mas estamos também enfrentando outros desafios persistentes, que temos de enfrentar, como a digitalização e a modernização do país”, assinalou o líder dos liberal-democratas, Christian Lindner.

O combate à covid-19 é uma questão prioritária “em uma altura em que todos os dias assistimos a um novo máximo de incidência”, sublinhou Scholz.

O novo governo também assumiu o compromisso de aumentar o salário mínimo de 9,5 euros por hora para 12 euros, bem como a criação de um Ministério da Habitação.

Na questão das mudanças climáticas, haverá a intensificação do uso das energias renováveis. A meta é que até 2030 as energias eólica e solar cubram 80% do consumo de energia no país e um terço dos automóveis sejam totalmente elétricos. A atual meta de abandono do uso de carvão será antecipada de 2038 para 2030.

Segundo a Deutsche Welle, na coletiva de imprensa os líderes da nova coalizão evitaram anunciar oficialmente os nomes dos ministros do novo governo. Mas é considerado “como certo” que o chefe dos liberal-democratas, Lindner, será o novo ministro das Finanças, enquanto as Relações Exteriores serão comandadas pela colíder verde Annalena Baerbock. Já Habeck chefiará “um novo superministério englobando as áreas de proteção climática e economia”.

O acordo de coalizão prevê que os social-democratas controlem, além do posto de primeiro-ministro, que na Alemanha é chamado de ‘chanceler federal’ e da chefia de gabinete (similar à Casa Civil no Brasil), os ministérios do Interior, da

Defesa, da Saúde e do Trabalho e da Cooperação Econômica, assim como uma nova pasta chamada Construção e Moradia.

Além das pastas já citadas, os verdes devem assumir ainda Agricultura, Meio Ambiente e Família, enquanto os liberal-democratas devem encabeçar também Transporte, Justiça e Educação.