BC revisa previsão da produção industrial em 2019
Dados do Banco do Central (BC) divulgados segunda-feira (9) apontam para retração de -0,29% da produção industrial em 2019.
Segundo o Boletim Focus do BC, que divulga a mediana das projeções para a economia brasileira – o que significa que metade dos consultados acha que o resultado será ainda pior, os economistas do mercado financeiro derrubaram a projeção de crescimento da produção industrial para este ano de 0,08% na semana passada para -0,29%. Eles mantiveram em 0,87% a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e revisaram para baixo a previsão para o PIB 2020, que caiu de 2,10% para 2,07%.
No início do governo de Jair Bolsonaro, o mercado financeiro apontava para um crescimento para indústria de 3,17% este ano. Ao longo destes oito meses de governo, a expectativa de recuperação da indústria brasileira pelo mercado foi se esvaziando, diante de um quadro de queda do consumo, corte de investimento público, além do desemprego e da informalidade em alta.
Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na semana passada (3), demonstraram queda da produção industrial em 15 das 26 atividades industriais monitoradas em julho deste ano, e assim, a produção nacional caiu -0,3% em julho em comparação com junho, e acumulou um recuo de 1,7% no ano.
Para o Instituto Para Estudos do Desenvolvimento Industrial (IEDI), o ano de 2019 está perdido para a indústria. “O ano de 2019 será de estagnação no setor e o risco de haver queda no saldo do período não é desprezível. Não há sinalização de que esse movimento será revertido”, afirmou o economista da entidade Rafael Cagnin.
Os bancos também têm revisado suas projeções de crescimento para economia. Na sexta-feira (6), o Bradesco manteve sua projeção de 0,8% para o PIB deste ano e reduziu a aposta para o ano de 2020, de 2,2% para 1,9%. No final do mês passado, Itaú Unibanco também manteve sua projeção de crescimento de 0,8% em 2019 e 1,7% para 2010.
No início do ano, a expectativa de crescimento para o PIB deste ano do Bradesco e Itaú Unibanco era de 2,8% e 3,0%, respectivamente.