Legenda: Integrantes do Batalhão Azov, com símbolo nazi das SS na bandeira, em Mariupol

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, desmentiu nesta quinta-feira (10) o pretenso bombardeio premeditado de uma maternidade na cidade portuária de Mariupol, no leste da Ucrânia, ressaltando que o prédio havia sido capturado “há muito tempo” por milícias neonazistas.

Lavrov denunciou que as mentiras estão sendo orquestradas como propaganda pelos monopólios de mídia para “manipular a opinião pública mundial” em favor da agressão dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra o seu país, dificultando o diálogo e a paz.

O chanceler alertou que esta não é a primeira vez que se ouvem “gritos sobre as chamadas atrocidades cometidas pelas Forças Armadas russas”, algo que não encontra qualquer base na realidade.

O fato, ressaltou o diplomata, é que “o Batalhão Azov e outros radicais expulsaram todas as mulheres grávidas, enfermeiras e demais funcionários. Tornou-se a base dos ultra-radicais Azov”. Desta forma, o local foi transformado de matenidade em reduto de milícias.

Após se encontrar com seu colega ucraniano, Dmytro Kuleba, em Antalya, na Turquia, Lavrov condenou a desinformação midiática, como arma de manipulação e defendeu que haja um mínimo de coerência e sensatez. “Eu vi relatos que foram realmente emotivos. Infelizmente, nenhuma importância foi dada ao outro lado da situação, o que permitiria formar uma opinião objetiva”, disse.

Com o intuito de esclarecer a situação, a Rússia tinha apresentado dados ao Conselho de Segurança das Nações Unidas já na segunda-feira, 7 de março, informando que a maternidade havia sido tomada de longa data pelo batalhão Azov “e outros radicais”.

Na mesma segunda, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia, também havia alertado que as milícias ucranianas vinham transformado a maternidade em base militar. “Os moradores relatam que, depois de expulsar todos os funcionários do Hospital Maternidade número um de Mariupol, as Forças Armadas Ucranianas instalaram um posto de tiro. De lá, eles destruíram completamente uma das creches da cidade”.

Em mais uma aparição teatral, o presidente ucraniano Vladímir Zelenski publicou na quarta-feira um vídeo no seu canal do Telegram que mostra o suposto ataque direto das tropas russas contra um hospital de maternidade em Mariupol. “Sob os escombros há pessoas, há crianças. É uma atrocidade”, encenou o representante dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte, com ampla cobertura dos monopólios de mídia.

De toda forma, o chefe da administração estadual regional de Donetsk, Pavel Kirilenko, citado pela imprensa ucraniana, disse que o ataque aéreo ao hospital havia causado 17 feridos, mas nenhuma morte.

Ignorando a tomada por tropas ucranianas, estão sendo divulgadas imagens de um prédio muito danificado com equipamentos médicos quebrados espalhados por dentro.