Siderúrgica Azovstal sob cerco

Porta-voz militar russo anunciou na terça-feira (19) a abertura de um corredor humanitário para a retirada dos combatentes ucranianos remanescentes e de mercenários estrangeiros cercados na Usina Siderúrgica Azov, em Mariupol, em paralelo com um cessar-fogo total, registrou o Sputnik News. A área é o único reduto na estratégica cidade que ainda não se rendeu.

“Considerando a situação catastrófica na Usina Siderúrgica Azovstal na cidade de Mariupol e guiados por princípios puramente humanos, as Forças Armadas Russas abriram um corredor humanitário para a retirada de soldados ucranianos e militantes de formações ultranacionalistas, que em 19 de abril de 2022 às 2PM horário de Moscou, voluntariamente deponham suas armas”, declarou coronel-general russo Mikhail Mizintsev, chefe do Centro de Gerenciamento de Defesa da Rússia.

“Todos os que depõem suas armas têm garantida a preservação da vida”, acrescentou.

Diante de informações provenientes de Kiev de que haveria civis no interior da Siderúrgica, Mizintsev apelou à liderança da Ucrânia para que libere sua saída imediatamente, se eles estiverem lá.

“Apelamos aos representantes das autoridades de Kiev: se alguém da população civil estiver no [território] da Azovstal, exigimos que sejam tomadas todas as medidas para libertá-lo e para que saiam pelos corredores humanitários criados”, disse Mizintsev, embora ressaltando que não se sabe se existem ali ou não.

A Rússia garante a evacuação segura de todos os civis e seu movimento como parte de comboios humanitários em qualquer direção que escolherem, acrescentou.

Anteriormente, a Rússia já havia proposto a rendição e saída de todos os combatentes na siderúrgica que depusessem armas, o que foi recusado sob ordem de Kiev.

Três comboios humanitários foram preparados nas imediações da Azovstal. Cada comboio deverá incluir 30 ônibus e carretas, além de dez ambulâncias. Mizintsev também destacou que pontos de encontro e abrigos de emergência, alimentos e suprimentos médicos básicos foram organizados em todas as três rotas.

O Ministério da Defesa russo também desenvolveu um cronograma de rendição. Assim, às 13h, a comunicação contínua entre os lados russo e ucraniano para a troca de informações deve ser estabelecida e, após mais meia hora, um cessar-fogo deve entrar em vigor.

Sob a nova proposta, os comandantes do batalhão Azov foram instruídos a estabelecer contato ininterrupto por rádio com o lado russo, cessar todas as hostilidades e levantar bandeiras brancas ao longo do perímetro da siderúrgica.

Então, sem exceção, todas as unidades ucranianas e os mercenários estrangeiros, sem armas e muniçõe,s terão que começar a recuar. Este processo deve durar das 14h00 às 16h00.

Moscou voltou a pedir à liderança ucraniana que dê a ordem aos seus combatentes para “parar a resistência sem sentido” e se render na Azovstal. “Mas, entendendo que eles não vão receber tais ordens e comandos das autoridades de Kiev, pedimos [às forças ucranianas resistentes] que tomem tal decisão por conta própria e deponham suas armas”, acrescentou o ministério.

Para facilitar a saída dos combatentes ucranianos, as unidades das forças armadas russas e das forças antifascistas de Donetsk foram retiradas a uma distância segura ao longo de todo o perímetro da siderúrgica.

Mariupol foi palco dos combates mais pesados durante o conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia. A cidade está agora quase inteiramente controlada pelas forças russas, só faltando Azovstal, o último bolsão de resistência. Aqueles que estão escondidos na siderúrgica, com sua enorme rede de túneis subterrâneos, já falta água e comida, disse o Ministério da Defesa anteriormente, com base em comunicações interceptadas.