Aziz avisa que Wizard poderá depor sob coerção se faltar na CPI
O empresário bilionário bolsonarista Carlos Wizard está convocado para depor na próxima quinta-feira (17), na CPI da Covid-19, pela manhã. Mas até agora não respondeu à intimação do colegiado. Rumores apontam que ele está nos Estados Unidos.
Diante dessa situação, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) declarou na noite de domingo (13), que caso o empresário não compareça à comissão ele fará convocação coercitiva. Consta que Wizard atuou como conselheiro informal do governo federal na pandemia. Ele fez ou faz parte do “gabinete paralelo” para assuntos da pandemia.
Ele é defensor de remédios sem eficácia científica comprovada — como a cloroquina — no tratamento de pacientes com Covid-19, e teria viajado para evitar ter que depor. De acordo com a coluna do jornalista Igor Gadelha, no Metrópoles, a informação teria sido repassada por um “amigo do empresário” ao presidente do colegiado, Omar Aziz.
“O Wizard está confirmado quinta-feira [o depoimento dele à CPI]. Agora, ele não respondeu nenhum documento que nós mandamos, ele não está no Brasil, segundo informações que nós tivemos”, comentou Aziz.
“Iremos mantê-lo [como depoente de quinta-feira], ficará de sobreaviso, será comunicado com antecedência, o Alexandre [Figueiredo Costa e Silva Marques] do TCU. Caso o Wizard não esteja na quinta”, acrescentou.
Assim “na quinta nós chamaremos o Alexandre. Se ele [Wizard] não vier, nós iremos pedir para ele ser chamado coercitivamente na CPI”, declarou Aziz em entrevista à Globonews.
Na última sexta-feira (11), a CPI aprovou a quebra de sigilo telefônico de Wizard, apontado como um dos conselheiros do governo no “gabinete paralelo”.
Ele é defensor do chamado “tratamento precoce” e contrário ao lockdown (confinamento), o empresário chegou a ser indicado para ocupar cargo formal no Ministério da Saúde, mas o Executivo acabou desistindo da nomeação.
Grupo de senadores já havia ventilado a possibilidade de condução coercitiva de Wizard diante da falta de retorno às convocações. O próprio Aziz chegou a mencionar a intenção, caso ele não respondesse a convocação.