Avião da Otan provoca incidente com Airbus da empresa russa Aeroflot
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, pronunciou-se neste domingo sobre o incidente que envolveu um Airbus А330-300 da companhia aérea russa Aeroflot, que na sexta-feira (3) voava de Tel Aviv a Moscou e foi forçado a alterar sua trajetória para evitar colidir com um avião espião da Otan sobre o Mar Negro.
Outro avião de passageiros, um Bombardier CL650 voando da cidade russa de Sochi para Skopje, capital da Macedônia do Norte, também estava na área.
“Uma catástrofe foi evitada (…), mas isso não significa que os Estados Unidos e a Otan podem continuar a arriscar vidas impunemente”, declarou em um comunicado a porta-voz da diplomacia russa, afirmando que “as ações da Força Aérea dos EUA criaram uma ameaça à aviação civil”.
Zakharova denunciou que o aumento da intensidade dos voos da Otan perto das fronteiras russas, bem como sobre o Mar Negro, “cria riscos de acidentes perigosos em relação às aeronaves civis”.
Segundo a Agência Russa de Aviação Civil (Rosaviatsia), o incidente ocorreu na manhã de sexta-feira, quando o avião espião CL600 da Otan fez um voo com intensa descida de uma altitude de 11.000 a 9.200 metros, cruzando uma rota aérea que constava no plano de voo de um Airbus Aeroflot, que operava entre Tel Aviv e Moscou com 142 pessoas a bordo.
Pela sua presença, “os cursos e níveis de voo das aeronaves civis foram alterados de forma operacional. Com as medidas tomadas, os controladores do tráfego aéreo russo garantiram a realização segura dos voos na referida área sobre o Mar Negro”, concluiu. O comunicado garante que, devido ao risco representado por voos militares sem comunicações de rádio, as autoridades de aviação russas apresentarão “um protesto por meio de canais diplomáticos”.
A mídia russa também informou que caças russos foram enviados para a região do Mar Negro na sexta-feira para escoltar dois aviões de reconhecimento dos EUA, confirmando a presença ilegal dessas aeronaves na região.