Tenista nº 1 do mundo, o antivacina Djokovic foi banido da disputa por afrontar direito à saúde.

O tenista sérvio Novak Djokovic foi deportado neste domingo (16) por decisão da Justiça da Austrália baseada no interesse público e na defesa do direito da população à saúde, ambos ameaçados pela decisão do atleta sérvio de não vacinar-se contra a covid-19.

Conforme a ordem de deportação, além de representar um risco para a coletividade, o atleta afrontou diretrizes de isolamento e prestou falsas declarações em seu formulário de viagem, documento obrigatório para a entrada na Austrália. Detido em um hotel de Melbourne, Djokovic esperava a decisão. Logo após o veredito, por fomentar a antivacinação, ele foi expulso do país em um avião rumo a Dubai.

Com a decisão, sustentada por três juízes do Tribunal Federal, o tenista número 1 do mundo não poderá disputar o Aberto da Austrália, que começa na próxima segunda-feira (17). Ele já venceu nove vezes o campeonato e buscava seu décimo título. De acordo com a Justiça, a ordem de deportação inclui uma proibição de três anos de entrada no país.

A decisão havia sido tomada na última sexta-feira (14) pelo ministro da Imigração, Alex Hawke. “Exerci meu poder de cancelar o visto do senhor Novak Djokovic por motivos de saúde e ordem, com base no interesse público”, disse o ministro. A tentativa de Djokovic de permanecer na Austrália e garantir sua participação da disputa mobilizou toda a sua equipe de advogados – com apoio de negacionistas – e já durava mais de 10 dias.

Reconhecendo que não havia se vacinado, o tenista buscava entrar no país com uma permissão especial, justificando que teve a covid-19 em dezembro. Mas há inconsistências em seu exame positivo que pode, inclusive, ter sido manipulado, declarou a revista alemã Der Spiegel.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, destacou a relevância da defesa da coletividade. “Esta decisão de cancelamento foi tomada por razões de saúde, segurança e proteção, com base no interesse público”, afirmou.

Djokovic disse estar “desapontado” com a decisão judicial.