Fotos: Pedro Caldas | PCdoB

Em um ato descontraído e plural, artistas, intelectuais, representantes de movimentos sociais e políticos lançaram, nesta segunda (18), manifesto em defesa da pré-candidatura da vice-governadora Luciana Santos – e presidenta nacional do PCdoB – ao Senado. O documento foi apresentado pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia, professor Sérgio Rezende. “Esse movimento nos enche de alegria e disposição de luta, para reforçar as candidaturas de Danilo Cabral e Lula aqui em Pernambuco”, disse Luciana, após o evento.

Em seu discurso, ela apontou os retrocessos do governo Bolsonaro, defendeu o legado das gestões do PT no país e do PSB no Estado e reiterou que é preciso que a Frente Popular, encabeçada por Danilo Cabral, tenha nitidez “para garantir o aprofundamento das mudanças em Pernambuco e construir novos horizontes para o Brasil”.

Classificando o governo Bolsonaro como autoritário e obscurantista, Luciana citou o desmonte na área da cultura, na educação e na Petrobras e a extinção de pastas, como as secretarias Especial das Mulheres e da Promoção da Igualdade Racial. “Aqui vejo gente que luta pela reforma agrária, pela reforma urbana, pela igualdade racial, pela emancipação das mulheres. E nós não temos nada disso no governo Bolsonaro, ao contrário”, criticou.

Ela resgatou ainda o que chamou de “ciclo virtuoso”, durante as gestões do PT em Brasília, que incrementou a economia pernambucana, com o fortalecimento das indústrias naval e automobilística e a refinaria de petróleo de Abreu e Lima. “Estamos vendo tudo isso ruir, com o desmonte de questões cruciais para estruturar nossa nação”, condenou.

A vice-governadora destacou que, nesse ambiente, o governador Paulo Câmara vem “remando contra a maré” e conseguiu “deixar Pernambuco de pé”. Ela lembrou os indicadores de educação do estado, que são os melhores do país; o enfrentamento à violência com o Pacto Pela Vida; o Plano Retomada, com R$5 bilhões em investimentos até o fim do ano; e o fato de Pernambuco ser o segundo estado com menos mortes pela covid-19.

“Em Pernambuco, é preciso ter a Frente Popular com a cara do nosso tempo. Que é a cara da retomada, é a cara do novo País, da esperança, que é ter Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República. E, para isso. tem que ter uma chapa com nitidez, que tenha identidade com esse momento, que fale para o futuro e leve esperança”, disse.

Nesse sentido, ela sublinhou a lealdade de seu partido, o PCdoB, à democracia e a forte vinculação com o PT, desde a primeira campanha de Lula, e com a Frente Popular, desde os tempos de Pelópidas da Silveira. “Nós sempre tivemos lado. No momento em que existiu uma grande onda no país, nós estávamos lá na linha de frente na luta contra o impeachment, acusando que aquilo era um golpe de Estado”.

No mesmo dia em que a federação entre PCdoB, PT e PV foi registrada em cartório, sob o nome “Brasil da Esperança”, Luciana disse que o grupo fala da “fé no Brasil”. E, citando uma música de Gonzaguinha, encerrou: “vamos fazer o que virá. E o que virá é a Frente Popular de Pernambuco, com Luciana senadora, fora Bolsonaro e Lula presidente!”.

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Antes mesmo de o evento começar, do lado de fora da Di Branco Recepções, muitos apoiadores disputavam espaço para cumprimentar a vice-governadora. Luciana foi conduzida para dentro do espaço por uma orquestra de frevo, que entoava os hinos do Carnaval de Olinda, intercalados com as melodias do tradicional Olê-olê-olá-Lula-Lula.

No palco, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, abriu as falas, lendo o manifesto “Ousadia, alegria e esperança”, em apoio à postulação da comunista ao Senado. O documento já possuía mais de mil assinaturas. Entre os signatários, nomes como o teólogo Leonardo Boff, o músico Chico Buarque, o escritor Sidney Rocha e os reitores da UFPE, UFRPE e Unicap – Alfredo Gomes, Marcelo Carneiro Leão e Pedro Rubem -, que estavam presentes no ato.

“Nós, abaixo-assinados, nos movimentos populares, na ciência, cultura, educação e política de Pernambuco –, consideramos ser imprescindível às forças populares e progressistas ter como candidata ao Senado uma mulher negra, testada e aprovada na luta social, na administração pública e na articulação política, a primeira vice-governadora de Pernambuco, nossa querida Luciana Santos”, diz o texto lido por Rezende.

Artista popular, Patrimônio Vivo da Cultura de Pernambuco, Mãe Beth de Oxum criticou a destruição da área da cultura no governo Bolsonaro e destacou a importância de ter uma mulher, com a trajetória de Luciana, no Senado federal. A escritora Cida Pedrosa foi na mesma direção. Falou da importância da frente ampla e afirmou: “é preciso levar Lula novamente ao Planalto Central e levar com ele mulheres e homens que dedicam sua vida à construção desse país. Luciana é uma dessas”.

Stephannye Vilela, presidenta da União dos Estudantes de Pernambuco, ressaltou o fato de Luciana Santos ter iniciado sua militância no movimento estudantil e leu uma carta dos estudantes que se encerrava com o apoio ao nome de Luciana ao Senado. Já Luís Soares, presidente eleito do Sindicato dos Metroviários, representou a adesão dos trabalhadores à pré-candidatura comunista.

O deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE), líder da bancada na Câmara, pregou a unidade de forças para derrotar Bolsonaro. E completou: “Mas, gostaríamos de, ao olhar para a luta em curso no Brasil, encontrarmos a cara do povo nessa chapa. Não há uma face que pareça mais com o povo, do que a face de Luciana Santos”.

Quem também fez um breve discurso foi o deputado estadual e marido de Luciana, Waldemar Borges (PSB-PE). Depois de brincar, se dizendo suspeito, mas ao mesmo tempo melhor conhecedor do compromisso da vice-governadora, ele defendeu o nome dela para o Senado. “Dentro dessa conjuntura, você, dentro desse contexto, é o melhor nome do ponto de vista político e do ponto de vista eleitoral, para ajudar Lula a governar em Brasília”, afirmou.

Entre os presentes no ato, estiveram escritores, como Sidney Rocha, Ronaldo Correia de Brito, Cícero Belmar e Urariano Mota; artistas e produtores culturais, como Roger de Renor, Carla Valença, Tuca Siqueira, Luciano Pinheiro, Nega do Babado, Walmir Chagas (Véio Mangaba); prefeitos, como os de Gravatá, padre Joselito, de Sanharó, Cesar Freitas, e de Iguaracy, Zeinha Torres; vereadores de vários municípios pernambucanos, incluindo o presidente da União de Vereadores de Pernambuco, Léo do Ar, e representantes dos movimentos sociais, como UNE, UEP, Unegro, CTB, UBM e MIST – Movimento Independente Sem Teto.

 

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