Ato em Brasília mostra unificação das forças democráticas
O ato realizado na capital federal no Dia do Estudante mostrou a unificação das forças progressistas pela democracia no país e pela derrota de Bolsonaro nas ruas e nas urnas em 1º de outubro. Enquanto parlamentares, pré-candidatos, representantes de diversos partidos, dos movimentos populares e estudantil marchavam lado a lado do Museu da República ao Congresso Nacional, carregavam cartazes e entoavam gritos em defesa dos direitos humanos, da educação pública e de qualidade, da demarcação de terras indígenas e da reforma agrária.
Leia também: Imprensa Internacional aplaude atos pró-democracia e aplaude Bolsonaro
“Paulo Freire dizia que seria feliz se ele visse as marchas acontecendo: as marchas dos excluídos, as marchas dos Sem-Teto, as marchas dos que não têm comida, as marchas daqueles que querem se rebelar contra o sistema corrupto anti-povo, a marcha dos que querem ter o direito a ser e não têm. Paulo Freire está conosco e o amor a este país está conosco, representando por cada um de nós”, disse em seu discurso Leandro grass, pré-candidato ao governo do Distrito Federal pela coligação PCdoB-PV-PT.
Para Olgamir Amancia (PCdoB), pré-candidata a vice-governadora, o Brasil inteiro mobilizou-se no Dia do Estudante para dizer que a democracia está na centralidade da vida dos brasileiros. “Tivemos um ato aqui na nossa universidade, na faculdade de Direito da UnB, para lembrar a importância da democracia no Distrito Federal e no Brasil. Aqui nessa caminhada estamos todos aqueles que querem um Brasil melhor, que entendem que a educação é um Direito de todas as pessoas desse país. São os estudantes que comemoram o dia de hoje bravamente, entendendo que comemorar o dia dos estudantes significa lutar por educação pública de qualidade, a educação básica, a educação superior”, disse. “Tivemos hoje, em todos os lugares, reunidas, Olgamir, pessoas no mesmo palanque, no mesmo carro de som, pessoas de diferentes partidos, de movimentos sociais diversos, enfim, muita gente, mas não só juristas. Todos que entendem que nós não podemos permanecer onde estamos, com a política que estamos”, complementou a pré-candidata ao Senado Rosilene Corrêa (PT).
Representando a União Brasileira de Mulheres (UBM), Ana Prestes falou sobre a ameaça à democracia que Bolsonaro representa, com sua tentativa de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro. A socióloga e secretária de Relações Internacionais do PCdoB recordou a experiência de sua família no exílio. “Eu vim de uma família em que o meu avô, Luiz Carlos Prestes, lutou pela democracia no Estado Novo, no início do século passado. Ele ficou nove anos preso em uma solitária. Eu nasci em Moscou porque a minha família não podia viver no Brasil, e aprendi com a minha avó, Maria Prestes, a lutar pela democracia e a defender os direitos das mulheres”, discursou a candidata a deputada federal, que é autora do livro infantil “Mirela e o Dia Internacional da Mulher” e organizadora da coletânea “Cem Anos da Luta das Mulheres pelo Voto na Argentina, Brasil e Uruguai”, que na capital federal teve seu lançamento em evento na Livraria Circulares.
“Estamos aqui para protestar contra os cortes na Educação”, disse Karin Reis, 19 anos, estudante de Biotecnologia da Universidade de Brasília. “Hoje é o dia deles e é importante estarmos aqui porque, para nenhum estudante ser algemado ou entrar em um camburão, precisamos defender a democracia”, disse a professora Katia Garcia, 57 anos. “Precisamos fazer jus à luta das pessoas que tombaram pela conquista democrática”, defendeu a estudante de Letras da UnB Raíssa Abreu, 41.