Banco Central |Foto: Agência Brasil

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta segunda-feira (14), aponta que a economia brasileira não está em uma recuperação em “V” (rápida), como está afirmando o ministro da Economia, Paulo Guedes.

De acordo com o Banco Central (BC), a economia brasileira recuou -2,71% no acumulado de maio a julho de 2020, na comparação com o trimestre de fevereiro a abril, na série com ajustes sazonais. Na comparação com julho com o mês imediatamente anterior, o PIB apresentou um leve crescimento de 2,15%.

No acumulado do ano, a queda é de -5,77%, na série sem ajuste. O índice IBC-Br é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) do país – calculado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

FOCUS

O Relatório de Mercado do BC, Boletim Focus, divulgado nesta manhã, projeta uma queda de 5,11% do PIB em 2020. O Focus reúne as projeções dos economistas do mercado financeiro, que leva em consideração a mediana das previsões. Isto significa que para metade dos economistas consultados o resultado será ainda pior.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou hoje a repetir que o Brasil é uma das primeiras economias do mundo a se recuperar do impacto da pandemia do coronavírus, em evento online da Confederação Nacional de Municípios (CNM), ainda que o país tenha apresentado um recuo histórico do Produto Interno Bruto de 9,7%, no segundo trimestre deste ano, em relação ao primeiro trimestre.

O comentário de hoje, assim como os anteriores, é mais uma demonstração do seu descaso com a economia brasileira, e, principalmente, com o sofrimento de trabalhadores que perderam empregos e renda, e empresários que fecharam as portas, na pandemia da Covid-19.

O buraco da recessão já estava cavado antes da crise sanitária ter atingido o País. Os efeitos da insanidade neoliberal de Paulo Guedes já haviam se manifestado nos primeiros três meses deste ano. A queda de -1,5% do PIB, que foi registrada neste período (ante o final de 2019), foi revisada para -2,5%, na última amostragem do IBGE. Assim, com os efeitos da crise sanitária e por conta de uma demora do governo em criar estímulos para proteger a economia, no acumulado de janeiro a junho a economia brasileira recuou -5,9%, em relação a igual período de 2019.