Ataques do governo Bolsonaro à China põem em risco produção da vacina
Os ataques de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e de membros do governo federal à China colocam a produção da vacina Coronavac em xeque. Isso porque o governo chinês ainda não liberou o envio dos insumos para a continuidade da produção do imunizante no Brasil.
Em São Paulo, o estoque do princípio ativo da Coronavac só permitirá a formulação e o envase da vacina até o fim de janeiro. Deputados do PCdoB criticaram o governo brasileiro e sua falta de habilidade diplomática.
“Os insumos para fabricação da vacina chinesa estão acabando e dependemos de novo estoque para o nosso país seguir salvando vidas. E o governo Bolsonaro, subalterno do tosco Trump, explodiu as pontes diplomáticas com a nação chinesa. A culpa é de Bolsonaro, sim!”, declarou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
A líder da legenda na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), afirmou que “agora é fazer fé para que a família Bolsonaro não crie uma nova encrenca com a China”.
Enquanto o governo brasileiro não se move para liberar os insumos, o Parlamento toma frente do processo. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), solicitou uma audiência com o embaixador da China, Yang Wanming, para falar sobre o atraso no envio de insumos para a fabricação de vacinas no Brasil. O encontro deve acontecer nesta quarta-feira (20).
Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), “o terraplanismo diplomático” minou as relações com o país asiático e voltou a defender a independência do poder Legislativo para lidar com situações como esta. “Se quiserem, mandam o Ernesto chorar no colo do Trump. Subserviência e burrice custam vidas. Um Legislativo independente, que se faça respeitar e cumpra seu dever, é fundamental para o país, particularmente quando somos governados por uma camarilha de incapazes e irresponsáveis que implodiram as relações do Brasil com o mundo”, destacou.
“O governo Bolsonaro inviabilizou as relações com o país e, nesse momento, a Câmara dos Deputados busca intermediar acordo para fornecimento. Será o Legislativo consertando as asneiras do Executivo”, completou.
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(PL)