Em carta aberta, centenas de artistas de todo o mundo pediram o fim do bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, afirmando que os efeitos do coronavírus nesta terra palestina podem ser “devastadores”.

No texto publicado no sábado, 16, e assinado por personalidades como o músico britânico Peter Gabriel, o diretor de cinema Ken Loach, os atores Julie Christie, Steve Coogan e Viggo Mortensen, entre outros, eles escrevem: “Os quase dois milhões de habitantes de Gaza, predominantemente refugiados, enfrentam uma ameaça mortal na maior prisão ao ar livre do mundo”.

Os primeiros casos de coronavírus na Gaza cercada foram relatados em março. Organizações palestinas, israelitas e internacionais, inclusive brasileiras, em defesa dos direitos humanos exigiram repetidas vezes o levantamento do cerco de Israel para que Gaza possa enfrentar a sua grave escassez de equipamentos médicos.

“Agora, o bloqueio de Israel impede a entrada de medicamentos e material médico, pessoal e ajuda humanitária fundamental. A pressão internacional é urgentemente necessária para tornar a vida em Gaza viável e digna. O cerco de Israel deve acabar. E, mais urgente, um surto potencialmente devastador deve ser evitado”, exigem.

Os signatários – que incluem ainda o romancista irlandês Colm Tóibín, os artistas plásticos Kevin Beasley e Shepard Fairey, e os co-vencedores do Prêmio Turner (oferecido pela galeria de artes plásticas, Tate Gallery) de 2019, Tai Shani e Lawrence Abu Hamdan – continuam:

“O que acontece em Gaza é um teste para a consciência da humanidade. Apoiamos o apelo da Anistia Internacional para que todos os governos do mundo imponham um embargo militar a Israel até que ele cumpra plenamente as suas obrigações perante o direito internacional.”

O músicos Roger Waters e os integrantes da banda Massive Attack, o produtor e realizador James Schamus, a escritora e encenadora portuguesa Patricia Portela, junto com os atores Stephen Rea, Peter Mullan, Liam Cunningham, a roteirista Candace Allen, e o compositor e produtor Brian Eno se somam à carta, que conclui:

“Reconhecemos que os direitos garantidos aos refugiados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos também devem ser defendidos para os palestinos. Nestes tempos de crise internacional, devemos defender a justiça, a paz, a liberdade e os direitos iguais para todos, independentemente da identidade ou da crença religiosa. Podemos ficar em casa, mas a nossa responsabilidade ética não deveria.”