Armênia e Azerbaijão aceitam cessar-fogo após negociação em Moscou
A Armênia e o Azerbaijáo concordaram neste sábado (10) em suspender as hostilidades na região de Nagorno-Karabach.
O acordo foi alcançado após um dia de negociações iniciadas Moscou na sexta-feira (9), como informou o ministro do Exterior da Federação Russa, Sergei Lavrov.
O armistício deve entrar em vigor a partir das 10:00 da manhã deste sábado, dia 10.
O entendimento foi resultado das consultas aos ministros dos dois países (que foram a Moscou) e se encontraram sob a mediação de Lavrov. Segundo informa a agência russa RT, as negociações se estenderam por 10 horas e entraram madrugada adentro até as primeiras horas do dia 10.
O acordo entre os dois países menciona a suspensão de todas as ações militares por “razões humanitárias” e determina que, com a suspensão do fogo, sejam realizadas trocas de prisioneiros e entrega, pelos dois lados, dos corpos dos soldados falecidos em suas fronteiras. Segundo Lavrov, o processo de trocas será acompanhado pela Cruz Vermelha.
O acordo que aconteceu em atenção a um chamado do presidente russo, Vladimir Putin, aos presidentes dos países com capital em Baku (Azerbaijão) e Yerevan (Armênia) e servirá como primeiro passo em um processo que avance negociações sob o patrocínio da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação da Europa) para que “se alcance uma solução pacífica” ao conflito em torno da região de Nagorno-Karabach.
As ligações de Putin a Yerevan (para conversar com o primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan) e a Baku (para falar com o presidente azerbaijano Ilham Aliyev) e convidá-los a Moscou aconteceram na quinta-feira (dia 8).
Antes disso, houve conversas de Putin com os líderes dos doía países desde o início das hostilidades. “Não podemos esperar outros 30 anos”, afirmou o presidente do Azerbaijão – referindo-se a um conflito latente – destacando que “a solução para esta pendência em torno de Nagorno-Karabach deve ser resolvida já”.
Os atuais atritos foram iniciados no dia 27 de setembro na região que é populada por uma maioria armênia, mas até o momento é considerada como parte do território azerbaijano. O acordo anterior não superou as contradições entre os dois países. As hostilidades que envolveram artilharia dos dois lados já causaram dezenas de vítimas militares e civis de ambos os países. Segundo informa a ONU, já faleceram 53 civis neste conflito.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, já vinha pedindo o cessar-fogo “profundamente preocupada com o bombardeio a áreas residenciais”.