Armas fornecidas pelos EUA e Otan à Ucrânia vão parar no mercado negro
“Registra-se uma circulação descontrolada de armas e munições fornecidas à Ucrânia principalmente por países do Ocidente, muitas das quais começaram a aparecer no mercado negro”, denunciou o procurador-geral da Rússia, Igor Krasnov, durante uma reunião de trabalho com o seu homólogo quirguiz, Kurmanul Zulushev, na quinta-feira (28).
“Uma parte do armamento estrangeiro fornecido pelo Ocidente à Ucrânia acaba no Oriente Médio, bem como no mercado negro”, já havia assinalado Sergei Shoigu, ministro de Defesa da Rússia, na terça-feira (26), apontando que, segundo dados disponíveis, foram entregues mais de 28 mil toneladas de cargas militares ao governo de Zelensky.
Ao mesmo tempo, o assessor do ministro dos Assuntos Internos da República Popular de Lugansk, Vitaly Kiselev, afirmou referindo-se às suas fontes, que Kiev não planeja combater o contrabando em massa do armamento ocidental que está sendo fornecido para a Europa e outras regiões, alertando para o fato de que entre os compradores no mercado negro há neonazistas e jihadistas europeus.
“Segundo comunicam fontes ucranianas, as autoridades de Kiev não planejam combater o contrabando em massa do armamento para a Europa e outras regiões para não levantar ruído e não prejudicar o fornecimento de novas armas dos seus parceiros ocidentais”, escreveu, Kiselev no seu canal no Telegram.
Em meio à operação militar especial na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, os EUA e os seus aliados da OTAN estão fornecendo grandes quantidades de armas à Ucrânia. Em junho, no site do governo da Alemanha, por exemplo, foi publicada a lista de armas entregues a Kiev, junto com os equipamentos bélicos que o país ainda planeja fornecer, em particular 30 viaturas blindadas de combate antiaéreo Gepard, três lançadores múltiplos de foguetes MARS, sistemas de defesa aérea IRIS-T e 54 veículos blindados M-113, que vão ser fornecidos através da Dinamarca com financiamento alemão.
Anteriormente, a Rússia enviou uma nota de protesto aos países da OTAN devido à entrega de armas a Kiev. O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, salientou que quaisquer cargas com armas destinadas ao Exército ucraniano se tornariam um alvo legítimo para as tropas russas. O Ministério das Relações Exteriores russo tem repetidamente afirmado que os países da aliança estão “brincando com o fogo”.
Neonazis estrangeiros na Ucrânia
Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio (MEMRI, na sigla em inglês) foi publicado na terça-feira (26) com alertas sobre mercenários estrangeiros na Ucrânia. O informe teve repercussão e um dos veículos a divulgá-lo foi o jornal israelense Jerusalem Post.
“Alguns dos combatentes estrangeiros que foram à Ucrânia para lutar contra a Rússia são extremistas neonazistas e estão retornando aos seus países de origem com habilidades de combate, o que pode representar uma ameaça”, informou o MEMRI.
No início de julho, o Departamento da Segurança Econômica ucraniano não teve como negar ter detectado casos de venda de equipamento militar, junto com ajuda humanitária, fornecido pelos países ocidentais. Cerca de dez processos penais foram iniciados relacionados com isso.
A Agência Sputnik afirma que fontes que pediram anonimato informam que a inteligência ucraniana está cooperando com grupos criminosos e contrabandistas para revender o armamento ocidental no mercado negro.
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, comentou que a inundação da Ucrânia com armas não favorece as negociações russo-ucranianas, tendo um efeito completamente negativo.