Argentinos tomaram a frente do Congresso para celebrar a posse de Fernández e Cristina

Uma multidão se reunia na praça em frente ao Congresso argentino para receber com festa o novo presidente Alberto Fernández que chegou às 14 horas para a cerimônia de posse.

Pouco depois, já com a faixa presidencial ao peito e ao lado de sua vice-presidente, Cristina Kirchner, declarou que “chegou a hora de romper os muros que separam os argentinos. Em primeiro lugar o muro da pobreza e o muro da fome”.

“Vamos nos por de pé e começar de novo a nossa marcha para fazer crescer a Argentina”, proclamou o presidente, já empossado, numa referência ao trabalho de superação do desastre provocado pelo governo de arrocho, recessão e submissão ao FMI de Maurício Macri.

Fernández prometeu ainda fazer avançar um plano nacional de luta contra a fome e também se comprometeu com um plano de moradias, elevar os investimentos em obras públicas, ao tempo em que os deverá tornar mais transparentes.

Também expôs outras iniciativas a exemplo da rede de remédios gratuitos para os aposentados, a declaração de emergência sanitária, um plano para garantir aos jovens o primeiro emprego e aos empreendedores créditos especiais fora do sistema bancário.

Argentinos tomaram a frente do Congresso para celebrar a posse de Fernández e Cristina – Yucatán

“Vamos restituir as funções do Ministério da Saúde para devolver aos argentinos uma atenção de qualidade, tanto do ponto de vista profissional, como humano”. Ele se dispõe ainda a dar prioridade ao “atualmente degradado” Ministério do Meio Ambiente.

Fernández também se referiu ao novo tipo de segurança pública que quer para o país. Prometeu enviar ao Congresso uma proposta de transformação estrutural da política de segurança, criando o conceito de segurança cidadã: “Devemos escapar do gatilho fácil e das mortes pelas costas”.

Referindo-se à Defesa, destacou que vai buscar acordos com os países do continente, “com os quais não temos conflito”, mas com a manutenção da autonomia na Defesa Nacional.

O novo presidente também elencou os fatos principais do desastre macrista: “A inflação que temos atualmente é a mais alta nos últimos 80 anos. A taxa de desemprego é a mais alta desde 2006”. O dólar que estava em torno dos 9 pesos passou a 73 pesos em apenas quatro anos.

“A Argentina”, acrescentou, “não parou de diminuir sua economia. O PIB é o mais baixo desde 2008. Retrocedemos mais de 10 anos na luta para expulsar do país a pobreza”.

Com relação ao brutal endividamento perante o FMI, imposto por Macri ao país, o novo presidente deixou claro que não seguirá as regras de arrocho para pagar dívidas: “não faremos mais ajustes ficais” e afirmou que “vamos cumprir nossas obrigações em um contexto de crescimento e de desenvolvimento sustentável”.

Ele fez uma referência à desastrosa decisão de Bolsonaro de se ausentar da posse e dirigindo-se ao vice-presidente Hamilton Mourão, afirmou: “Fortaleceremos o Mercosul e a integração regional. Com o Brasil, temos que construir uma agenda ambiciosa, inovadora e criativa, que esteja respaldada pela nossa relação histórica e que vá além de qualquer diferença pessoal ou ideológica dos que governam na conjuntura”.