Chanceler Felipe Solá reitera soberania argentina sobre as Ilhas Malvinas

O Ministério de Relações Exteriores da Argentina voltou a expressar nesta quinta-feira (22) seu “enérgico rechaço” à série de exercícios militares realizados pela Inglaterra nas Ilhas Malvinas, “ocupadas ilegitimamente”, conforme reiterou o comunicado oficial.

O governo de Alberto Fernández alertou que tais exercícios constituem uma “injustificada demonstração de força” e um “afastamento deliberado” dos apelos feitos pelos organismos internacionais que pedem a retomada das negociações entre os dois países.

No texto, a chancelaria informou que diante destes “fatos escandalosos”, o Executivo argentino já enviou à administração do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, uma “contundente nota de protesto”. O documento assinala que com as atuais atividades belicosas, o Reino Unido “contraria especificamente” a resolução 31/49 da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU)”, que ” insta ambas as partes a se absterem de adotar decisões unilaterais que impliquem a introdução de mudanças na situação, enquanto as Ilhas estão atravessando processo de negociação por ela recomendado”.

O chanceler do país sul-americano, Felipe Solá, apontou ainda que o comunicado que “o governo argentino reafirma uma vez mais sua soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul” e “os espaços marítimos circundantes que formam parte integrante do território nacional da República Argentina”.

Em abril deste ano, a Casa Rosada emitiu um comunicado no que alertou sobre o lançamento de mísseis Rapier por parte do governo britânico, ação prontamente denunciada perante a ONU.

O fato é que desde a sua independência da Espanha, em 9 de julho de 1816, a Argentina exerceu plenamente a soberania das Ilhas. Em 3 de janeiro de 1833, a Inglaterra, em plena expansão colonial, desalojou violentamente os representantes da República e os moradores, levando para lá colonos da sua própria metrópole. Sucessivos governos argentinos vêm reclamando a restituição do pleno exercício soberano sobre as Ilhas.

O Mercado Comum do Sul (Mercosul), a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a Cúpula dos países africanos e latino-americanos, a Cúpula dos países árabes e latino-americanos, o Parlamento Latino-Americano (Parlatino), o Parlamento do Mercosul (Parlasul), entre outros, som alguns dos organismos que têm manifestado sobre a “Questão Malvinas” com um contundente respaldo à reclamação argentina. Apesar disso, o Reino Unido não tem cumprido às resoluções da ONU e desconhecido uma a uma todas as declarações dos organismos multilaterais.