Quando Arce chefiou a Economia, a pobreza extrema caiu de 38% para 17% e o país cresceu a 5% | Fotos de Twitter

O ato de encerramento da campanha do Movimento ao Socialismo (MAS) aconteceu em El Alto (imediações da capital La Paz), na localidade de Senkata, onde em 15 de novembro policiais dispararam contra uma concentração popular que protestava contra o golpe de Añez. No ato uma multidão aclamou os candidatos Luis Arce, para presidente, e David Choquehuanca, seu vice, nesta quarta-feira (14).

Com faixas destacando “Lucho” [apelido de Luis], “Soberania”, “Democracia” e “Dignidade”, milhares de bolivianos chegaram a El Alto em caminhadas e caravanas para acompanharem o pronunciamento do candidato do MAS que, pelas pesquisas, tem a possibilidade de vencer já no primeiro turno (segundo a lei eleitoral boliviana com mais de 40% dos votos e 10% acima da votação do segundo colocado).

“Vamos recuperar a democracia” destacou Arce, aplaudido quando afirmou que “o Mas está mais vivo do que nunca”.

O candidato do MAS assegurou que, com sua eleição, que significa o retorno ao poder do partido que deu aos bolivianos 14 anos de desenvolvimento com independência e posse das riquezas naturais, vão cessar as perseguições a militantes assim como a líderes de organizações populares, o que foi uma constante nos últimos 11 meses desde que Jeanine Añez se autoproclamou presidente.

Ele enfatizou que a tarefa central de seu governo será a recuperação da economia, das empresas do Estado contra a devastação dos últimos meses.

Durante toda sua campanha, Luis Arce tem enfatizado que um dos vetores para esta retomada é a geração de empregos com salários dignos e com apoio às micro, pequenas e médias empresas, para levar à industrialização com substituição de importações: “Isso gera empregos”.

“Após o 18 de outubro [dia das eleições presidenciais] o povo voltará a ter o poder para devolver ao país a certeza, a estabilidade econômica, os empregos dignos e índices sociais saudáveis, coisa que lhe foi usurpada com o golpe de novembro passado e agravada pelas políticas improvisadas para enfrentar a pandemia e seus efeitos”, acrescentou.

Denuncia que “mesmo antes da pandemia, o governo de fato de Añez já destruía a economia para regressar ao modelo neoliberal dependente”.

Com recessão e corte de empregos “geraram um grave problema de demanda interna, provocaram déficit fiscal, frearam a inversão pública e, assim, reduziram a arrecadação tributária deixando em crise os governos, os municípios e as universidades”, apontou o candidato.

Também denunciou que desde novembro do ano passado a taxa de desemprego explodiu, passando de 4,2% para 12%.

Diante do aumento da pobreza, Arce se comprometeu, como primeira medida de governo a outorga do Bônus Contra a Fome, medida de iniciativa dos parlamentares do MAS, já aprovada pela Assembleia Popular mas que o governo de fato se nega a pagar.

“Todo nosso programa está direcionado a diminuir o desemprego”, assinalou, esclarecendo que o modelo econômico que aplicou e que voltará a implementar ataca o problema pelos dois lados, injeta recursos para a demanda para gerar apetite de compras e provê recursos para a produção para que esta aumente em consonância com o incremento da demanda, evitando situações inflacionárias.

Quando ministro da Economia e Finanças Públicas, a pobreza extrema foi reduzida a quase a metade (de 38% para 17%) e o PIB cresceu a uma média anual de 5%, sendo o maior da América do Sul durante seis anos consecutivos.