O candidato do Movimento Ao Socialismo (MAS) à Presidência da Bolívia, Luis Arce Catacora, acusou o governo da autoproclamada Jeanine Áñez de manipular as estruturas do Estado para perseguir os adversários às eleições de 3 de maio.

“Denuncio que, uma vez mais, Rafael Quispe, diretor do Fundo de Desenvolvimento Indígena (FDI) do governo ilegítimo, ameaça que irá me acusar e encarcerar, instrumentalizando a Justiça para proscrever minha candidatura”, declarou Arce. E acrescentou: “Exijo garantias para o exercício dos meus direitos políticos. A ditadura boliviana está realizando uma perseguição política e uma caçada judicial. Lutamos para ter democracia em nosso país”.

Apesar da brutal manipulação do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, bem como do empenho da quase totalidade dos meios de comunicação em favor de Áñez, que impôs sua candidatura, Luis Arce lidera todas as pesquisas de opinião.

Como ministro da Economia do governo Evo Morales, Arce garantiu o maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina durante seis anos consecutivos. Sua campanha, ao lado do chanceler David Choquehuanca, candidato a vice-presidente, tem como eixo central a defesa da nacionalização dos recursos naturais, a industrialização e o desenvolvimento com distribuição de renda.

Arce saiu do país, conjuntamente com Evo, logo após o golpe de outubro do ano passado, sendo intimado pelo Ministério Público para depor sobre o suposto delito de desfalque no FDI já na chegada ao aeroporto internacional de El Alto, antes mesmo de passar pelos procedimentos migratórios.

Como ressaltou o candidato do MAS naquele momento, amparado por uma multidão de simpatizantes, a perseguição é inaceitável. “Sou um homem transparente, não tenho nada que esconder, não sou nenhum corrupto, não sou nenhum ladrão. Minha equipe de advogados e a própria promotora notaram as falhas na notificação para minha pessoa. Isto é eminentemente político contra nossa candidatura”, frisou.