Após quatro anos, assassinato de Marielle permanece sem solução
São 1.461 dias sem respostas. Nesta segunda-feira (14), quando os assassinatos da vereadora do PSol Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes completam quatro anos, as cobranças sobre respostas em relação ao crime ganharam destaque nas redes sociais e no meio político.
As perguntas “Quem mandou matar Marielle”, e “Por quê?” estiveram entre os temas mais comentados do Twitter nesta manhã. Parlamentares do PCdoB se somaram às vozes que cobraram solução para os assassinatos.
Membro de uma comissão externa que foi criada em 2018 para acompanhar as investigações do caso, a deputada federal Jandira Feghali (RJ), vice-presidenta nacional do PCdoB, afirmou que a data marca a luta por justiça.
“Quatro anos sem Marielle. Seu legado segue encontrando novos caminhos e alcançando milhares de brasileiras e brasileiros todos os dias. Hoje é um dia de dor, mas também de luta por justiça. Quem matou Marielle e Anderson? Por quê? A mando de quem? Marielle e Anderson, presentes!”, postou em sua conta na rede social.
O deputado federal Orlando Silva (SP) reforçou o coro por respostas. “Quatro anos e continuamos sem respostas. Minha solidariedade aos amigos e familiares. Quem mandou matar Marielle?”
Desde o dia 14 de março de 2018, a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro e o Ministério Público estão investigando os assassinatos. No entanto, afirmam que ainda não há prazo para a conclusão da investigação.
Nesse período, três grupos diferentes de promotores ficaram à frente do caso no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ); enquanto na Polícia Civil, o quinto delegado assumiu há pouco mais de um mês o caso. A força-tarefa que investiga o crime afirma ter encontrado os executores e descoberto a dinâmica da noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, na região central do Rio.
O Ministério Público denunciou Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz como os assassinos de Marielle e de Anderson. Os ex-PMs, presos em penitenciárias federais fora do Rio de Janeiro, vão a júri popular, ainda não marcado. Mas a polícia e o MP ainda buscam outras respostas como: “Quem mandou matar Marielle?”; “Por que ela foi morta?”; “Teve motivação política?”; “Onde está a arma do crime?”.
“Há quatro anos repetimos: Quem mandou matar Marielle? E a pergunta segue sem resposta! Não vão apagar sua memória e sua luta em favor dos direitos humanos. Chega de impunidade! Que seja feita justiça pelas mortes de Marielle e Anderson”, cobrou o vice-líder do PCdoB deputado federal Daniel Almeida (BA).
Marielle e Anderson foram assassinados no cruzamento das ruas Joaquim Palhares, Estácio de Sá e João Paulo I, pouco mais de um quilômetro de distância da casa da vereadora. Um carro emparelhou com o chevrolet Agile de Marielle e vários tiros foram disparados contra o banco de trás, onde ela estava. Treze disparos atingiram o carro, sendo que quatro deles direto na parlamentar. Apesar dos disparos terem sido feitos contra o vidro traseiro, três deles, por causa da trajetória dos projéteis, chegaram até a frente do carro e perfuraram as costas do motorista Anderson Gomes. Os dois morreram no local.
A única sobrevivente foi uma assessora de Marielle. O carro ou os carros usados no crime (acredita-se que tenham sido dois) deixaram o local sem que os autores do homicídio pudessem ser identificados, pois as câmeras de trânsito que existem na região estavam desligadas.
“São quatro anos sem justiça! Seguimos espalhando o seu legado e regando as sementes de Marielle no Brasil e no mundo, mas exigimos respostas”, destacou a deputada Alice Portugal (BA).
Por Christiane Peres
(PL)