Vacinação em larga escala teve início em 5 de dezembro em Moscou

Com base na análise dos dados no teste no âmbito da terceira fase, a vacina Sputnik V demonstrou uma eficácia de 91,4%.

“A análise dos dados na terceira fase de controle conclusivo dos testes clínicos da vacina Sputnik V, esta confirmou uma eficácia superior a 90%, capacidade que tem sido sucessivamente demonstrada em três testes estatisticamente significativos estipulados no protocolo. Os dados obtidos constituirão a base do relatório que será usado para solicitar o pedido de registro acelerado da vacina russa em outros países”, declarou Kirill Dmitriev, diretor-geral do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI) que patrocina o trabalho do Instituto Gamaleya onde o produto foi desenvolvido.

Foi também constatado que a eficácia da vacina russa Sputnik V para prevenir casos graves de coronavírus é de 100%, conforme informou aequipe do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, na segunda-feira (14).

“A eficácia da vacina Sputnik V contra casos graves de coronavírus é de 100%. Dos casos confirmados de infecção por coronavírus no grupo [que tomou] placebo foram registrados 20 casos graves, enquanto no grupo que tomou a vacina não foram registrados casos graves”, afirmou em comunicado e Centro russo que desenvolveu o imunizante. Foram avaliados 22.714 voluntários.

Segundo especialistas o que caracteriza a vacina russa é o uso de uma tecnologia de uso de adenovírus [vírus atenuado] humano. São dois vetores diferentes, Ad26 e Ad5, que são aplicados em duas injeções distintas.

Esta solução não contém adenovírus humanos vivos, mas vetores adenovirais, que não se multiplicam e são totalmente seguros para a saúde. Na verdade, o medicamento se baseia em uma plataforma de dois vetores já existente, com a qual outras vacinas já foram criadas.

Esta abordagem proporcionaria uma resposta imunológica mais forte e mais duradoura do que as vacinas que usam o mesmo componente para duas doses injetadas.

A Rússia, que em agosto se tornou o primeiro país a registrar uma vacina contra COVID-19, batizada de Sputnik V, começou a imunizar sua população contra o coronavírus Sars-CoV-2 no dia 5 de dezembro.

O governo já enviou doses para todos os estados do país e imunizou em Moscou mais de 200 mil pessoas dos grupos prioritários – trabalhadores da saúde, da educação e de serviços sociais, além de militares.

Os testes clínicos da vacina Sputnik V estão em andamento na Argentina, Bielo-Rússia, Emirados Árabes Unidos, Índia, Venezuela e vários outros países.