Pesquisas apertam e Trump acha uma razão para aparecer de máscara facial pela primeira vez

Depois de 3,3 milhões de infectados de coronavírus nos EUA e 135 mil mortes, o presidente Donald Trump resolveu usar em público, pela primeira vez, uma facial, como as autoridades médicas recomendam. Sua primeira aparição, com uma máscara negra, ocorreu durante visita ao principal hospital militar dos EUA, o Walter Reed.

A inusitada aparição, em se tratando de Trump, foi acolhida pelas redes sociais com bem humorados comentários que, de máscara facial negra, o presidente estava mais para “Darth Vader” ou o serial-killer “Hannibal” do que para o Cavaleiro Solitário.

De acordo com as agências de notícias, a delegação de mascarados percorreu as dependências do Walter Reed com toda a pompa. A caminho do hospital, Trump havia asseverado que “nunca foi” contra o uso de máscara.

Acreditava, isso sim, que haveria “uma hora e um lugar”. A “hora” deve ser uma referência sutil à rejeição, manifestada em inúmeras pesquisas de opinião, da maioria dos norte-americanos à forma como ele se porta diante da pandemia.

Ou uma admissão de que, quando a pandemia saiu do controle, a quatro meses das eleições, e depois de o próprio Trump pressionar geral para reabrir de qualquer jeito, alguma concessão – melhor dizendo, encenação – se faz premente.

Disse Trump que, quando se está falando em um hospital para um monte de soldados e gente que, em alguns casos, acabaram de sair de uma mesa de operação, “é uma grande coisa usar uma máscara”.

A nova “explicação” pelo menos faz algum sentido, ao contrário de declarações anteriores dele, como a de que a Covid seria “uma gripe comum”, “que passaria com o calor da primavera”, ou que “99%” das pessoas nada sofreriam com o coronavírus.

Ou sua apologia da cloroquina, ou ainda, ‘conselho’ para que injetassem água sanitária nos pulmões dos infectados. Ou a conclamação a “libertar” os estados das medidas de distanciamento social.

A recusa, até aqui, de Trump de usar a máscara facial serviu de estímulo para seus apoiadores mais extremados se negarem também. O ex-apresentador de reality show ensaiou jogar a culpa de porque não usa máscara sobre seus críticos, que acusa de “politizarem” a questão e de usarem as máscaras sociais como “sinal de desaprovação” de sua presidência.