O governo aumenta ainda mais a política de carestia contra o povo, liberando que as distribuidoras privadas realizem aumentos nas tarifas de energia para garantir seu lucro e assolando a população. Nesta quinta-feira (21), a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou o aumento da conta de luz em até 16% para quase 8 milhões de consumidores dos estados de Goiás, São Paulo e Distrito Federal.

No caso de São Paulo, foi autorizado o aumento da tarifa das distribuidoras EDP e CPFL Piratininga. O novo valor passa a vigorar a partir deste sábado (23) com aumento de 16% para as residências e 4% para indústrias de alta-tensão. As duas empresas juntas atendem quase 4 milhões de consumidores.

Em Goiás, a multinacional italiana Enel Distribuição recebeu autorização para aumentar em 16% o valor da energia para residências e 14% para indústrias de alta tensão. O aumento deve atingir 3 milhões de consumidores de 237 municípios goianos já a partir desta sexta-feira (22).

No Distrito Federal, a Neoenergia teve autorização para aumentar a tarifa em 11% para as residências da capital federal e em 9% para as indústrias de alta tensão. Esse reajuste começa a vigorar também nesta sexta-feira.

Segundo a Aneel, os itens que mais pesaram no aumento de tarifas da distribuidora brasiliense foram os custos com encargos setoriais e com a aquisição de energia, especialmente de países vizinhos, como Uruguai e Argentina, que sofrem influência da variação cambial.

Segundo a diretoria da Aneel, esses reajustes são resultado principalmente dos custos adicionais causados pela escassez hídrica, inflação e variação do dólar. Os reajustes tarifários estão previstos nos contratos de concessão e têm por objetivo, segundo a agência reguladora do setor, cobrir os investimentos das empresas e as despesas reconhecidas pela Aneel.

Aumentos consecutivos

Com esse aumento, a conta fica cada vez mais pesada ao consumidor. O governo Bolsonaro criou uma nova bandeira tarifária no final do mês passado, chamada ‘escassez hídrica’. O novo valor da taxa extra passou a R$ 14,20 pelo consumo de 100 kWh, com vigência desde setembro até abril de 2022. Antes, o valor máximo era de R$ 9,492.

No fim de junho, a agência já havia anunciado um reajuste na tarifa da bandeira vermelha 2, a mais cara até então, que ficou em R$ 9,49 ou 52% mais cara no mês seguinte.

O preço da energia gerada pelas usinas termelétricas é repassada aos consumidores, como explica o uso das bandeiras tarifárias. As usinas termelétricas são as mais caras do sistema elétrico e têm sido acionadas para garantir o fornecimento de energia diante do esvaziamento dos reservatórios das hidrelétricas, segundo a agência.

Com o acionamento das térmicas, a tarifa de energia tem pesado no bolso dos consumidores e puxado, entre outros fatores, à alta da inflação. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação no acumulado em 12 meses chegou a 10,25%, o que não ocorria há mais de cinco anos.

“A falta de chuvas tem prejudicado os reservatórios das usinas hidrelétricas, que são a principal fonte de energia elétrica no país. Com isso, foi necessário acionar as termelétricas, que têm um custo maior de geração de energia. Assim, a energia elétrica teve de longe o maior impacto individual no índice no mês, com 0,31 ponto percentual, acumulando alta de 28,82% em 12 meses”, afirmou o gerente do IPCA do IBGE, Pedro Kislanov.

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