Moscou: Parada dos 77 anos da Vitória sobre o nazismo contou com 11 mil participantes

A Rússia comemorou nesta segunda-feira (9) a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial com o tradicional desfile militar na Praça Vermelha, saudou os soldados que combatem no Donbass pela desmilitarização e desnazificação da Ucrânia e, nas marchas do Regimento Imortal, que reuniram milhões, reiterou a lembrança dos entes queridos que deram sua contribuição na Grande Guerra Patriótica. Ao final do dia, os fogos de artifício tomaram os céus de Moscou.

No total, 11 mil pessoas, 131 unidades de equipamento militar participaram da parada militar em Moscou. Entre os sistemas de armamento exibidos, os S-400 de defesa antiaérea e os mísseis YARS. Em seguida, o presidente Putin depositou flores no Túmulo do Soldado Desconhecido. A parte aérea do desfile foi cancelada devido ao mau tempo.

O presidente russo declarou que era um dever de honra preservar a memória daqueles que esmagaram o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. “Temos orgulho da geração invicta e valente de vencedores, do fato de sermos seus herdeiros, e é nosso dever manter viva a memória daqueles que venceram o nazismo, que nos legaram a necessidade de estarmos vigilantes e fazermos tudo para que o horror de uma guerra global nunca se repita”, disse Putin. 27 milhões de soviéticos morreram no embate com o nazifascismo e ¾ das perdas militares alemãs foram na frente oriental.

Em seu discurso, ele enfatizou porque foi preciso reagir à agressão em preparação contra a Rússia por meio da operação militar especial na Ucrânia, depois de fracassados todos os esforços para demover a OTAN. “Em dezembro do ano passado, propusemos concluir um acordo sobre garantias de segurança. A Rússia convocou o Ocidente a um diálogo honesto, a buscar soluções razoáveis e de compromisso, a levar em conta os interesses de cada um. Tudo em vão. Os países da OTAN não quiseram nos ouvir, o que significa que, na verdade, eles tinham planos completamente diferentes. E nós vimos”.

“Vimos como a infraestrutura militar estava se desenvolvendo, como centenas de conselheiros estrangeiros começaram a trabalhar lá, com as armas mais modernas sendo entregues regularmente dos países da OTAN. O perigo crescia a cada dia”, acrescentou. “Em Kiev, anunciaram a possível aquisição de armas nucleares”.

“O bloco da OTAN iniciou o desenvolvimento militar ativo dos territórios adjacentes a nós. Assim, uma ameaça absolutamente inaceitável para nós foi sistematicamente criada, aliás, diretamente em nossas fronteiras”.

“Os preparativos estavam em andamento para outra operação punitiva no Donbass, uma invasão de nossas terras históricas, incluindo a Crimeia”, disse Putin na Praça Vermelha.

“Tudo indicava que um confronto com neonazistas, seguidores de Bandera – nos quais os Estados Unidos e seus aliados haviam investido – era inevitável”, enfatizou o presidente russo.

A Rússia ofereceu uma rejeição preventiva à agressão – “esta foi uma medida forçada e oportuna e a única decisão correta, tomada por um país forte e independente”, disse Putin.

Dirigindo-se às forças armadas russas e à milícia do Donbass, Putin destacou que vocês “estão lutando pela Pátria, por seu futuro, para que ninguém esqueça as lições da Segunda Guerra Mundial. Para que não haja lugar no mundo para carniceiros, punidores e nazistas”.

Putin também prestou homenagem aos mártires de Odessa. “Curvamos nossas cabeças diante da memória dos mártires de Odessa, que foram queimados vivos na Casa dos Sindicatos em maio de 2014. Diante da memória dos idosos, mulheres e crianças de Donbass, civis que morreram por bombardeios implacáveis, ataques bárbaros de neonazistas. Curvamos nossas cabeças diante de nossos camaradas de armas, que morreram a morte dos bravos em uma batalha justa – pela Rússia”.

No discurso, Putin registrou como os EUA, especialmente após o colapso da União Soviética, “começaram a falar sobre sua exclusividade, humilhando assim não só o mundo inteiro, mas também seus satélites, que têm que fingir que não percebem nada e engolir tudo mansamente”.

“Somos um país diferente. A Rússia tem um caráter diferente. Jamais abandonaremos o amor à Pátria, a fé e os valores tradicionais, os costumes de nossos ancestrais, o respeito a todos os povos e culturas”, afirmou Putin.

O presidente russo também homenageou os veteranos de guerra norte-americanos, que foram proibidos de ir ao desfile em Moscou.

“Quero que eles saibam que estamos orgulhosos de suas façanhas, de sua contribuição para a Vitória comum”, disse ele. – Honramos todos os soldados dos exércitos aliados – americanos, britânicos, franceses – membros da Resistência, bravos soldados e partisans da China – todos que derrotaram o nazismo e o militarismo.

Os soldados russos estão agora, de fato, continuando a façanha de seus ancestrais, que derrotaram a Alemanha nazista, acrescentou Putin.

“Hoje, nossos combatentes de diferentes nacionalidades estão juntos na batalha, cobrindo uns aos outros de balas e estilhaços como irmãos”, disse ele. – E esta é a força da Rússia, a grande e invencível força de nosso povo multinacional unido. Hoje você está defendendo aquilo pelo qual seus pais e avós lutaram. Para eles, o sentido mais elevado da vida sempre foi o bem-estar e a segurança da Pátria”.