Estado sofre com nova onda da pandemia

O número de mortes causadas pelo novo coronavírus somente neste ano de 2021 já ultrapassou o total de mortes registradas pela doença durante todo o ano de 2020 no Amazonas. O estado sofre com o agravamento da pandemia diante do surgimento da nova cepa do coronavírus e o completo abandono por parte do governo federal.

De 1º de janeiro até a quarta-feira (24), foram reportadas 5.357 mortes pela doença. De março a dezembro de 2020, foram registrados 5.285 óbitos. Os números se referem às datas de notificação das mortes, e não quando elas efetivamente ocorreram. Esse segundo dado demora a ser informado pelas autoridades, em parte porque depende de investigações que podem levar até 9 meses. Assim, a quantidade de mortes desses primeiros 54 dias do ano é provavelmente muito maior do que o número já registrado.

Desde o começo da pandemia até essa quarta-feira (24), foram 10.642 mortes por Covid-19 no Estado. O número de infectados pelo coronavírus no Amazonas passa de 310 mil.

Em janeiro, a capital do Estado, Manaus, enfrentou um colapso no sistema de saúde por causa da falta de oxigênio nos hospitais, que já estavam superlotados com casos de Covid-19. A crise do oxigênio, que já era de conhecimento do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro, causou a morte de pacientes por asfixia nos leitos hospitalares.

O Amazonas passou a transferir pacientes para outros Estados, e recebeu doações de oxigênio de diversas partes do país, além de doações internacionais.
O aumento no número de casos está sendo impulsionado pelas festas de fim de ano, e também pelo período do inverno amazônico, que, historicamente, resulta na maior incidência de casos de todos os vírus respiratórios. A explosão de infectados também pode estar relacionada à presença da nova variante do coronavírus (P.1), que aparenta ser mais contagiosa.
O governo estadual, que reabriu as atividades menos de 2 meses depois de ter instituído toque de recolher, em 2 de janeiro, vem flexibilizando as restrições, com autorização para funcionamento de estabelecimentos não essenciais por delivery ou drive-thru, por exemplo.
A restrição de circulação de pessoas nas ruas, que antes durava todo o dia, passou a ser das 19h às 6h.