A tentativa de golpe orquestrada por milícias trumpistas revela a decadência dos EUA – o “paraíso do capitalismo” tão idolatrado pelas mentes colonizadas. A invasão do Capitólio foi incentivada diretamente pelo insano Donald Trump – ele próprio uma excrescência da chamada “democracia americana”.

Por Altamiro Borges*

O império ianque foi construído com base na espoliação dos povos do mundo inteiro e na exploração dos próprios trabalhadores nativos – principalmente dos negros e imigrantes. A devastação neoliberal, iniciada na gestão de Ronald Reagan (1981-1989), destruiu o que havia de Estado de Bem-Estar Social (New Deal) e agravou as contradições do sistema.

Donald Trump, supremacistas brancos, milicianos do QAnon, seitas “tradicionalistas” e outros grupelhos fascistas são frutos dessa degradação. Nesta quarta-feira (06), eles foram derrotados – em Washington e principalmente na eleição para o Senado na Geórgia. Mas eles seguem ativos. Trump terá que deixar a Casa Branca, mas os trumpistas saíram do esgoto e estão nas ruas. Ou são detidos ou voltarão com mais violência!

O mesmo alerta vale para o Brasil. O “capetão” Jair Bolsonaro se considera o “Trump dos trópicos”. Ele bate continência para a bandeira ianque, transformou a nação em um pária internacional e serviçal do império, foi o último a reconhecer a vitória de Joe Biden e não condenou a invasão do Capitólio e a tentativa de golpe – pelo contrário, ele voltou a difundir fake news sobre fraude eleitoral nos EUA e sobre seu risco no Brasil.

Ou forças progressistas se unem para conter o fascismo em cada batalha no país ou as cenas macabras de Washington poderão se repetir por aqui – e talvez de forma mais trágica.

__

Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

As opiniões aqui expostas não refletem necessariamente a opinião do Portal PCdoB