Altamiro Borges: Steve Bannon é banido… só do Twitter!
Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump e tutor de Eduardo Bolsonaro – o Dudu Bananinha – acaba de ser punido por incitar a violência. Por enquanto, o fascistoide foi banido apenas pelo Twitter das redes sociais. Outras punições poderão ocorrer em breve por crimes mais graves!
Por Altamiro Borges*
Segundo informa a BBC News-Brasil, “o ex-estrategista-chefe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi expulso do Twitter por ‘glorificação da violência’ em meio à apuração das eleições”. Bannon propôs a decapitação do principal infectologista do país e do diretor do FBI (a Polícia Federal dos EUA).
Propôs decapitar infectologista e diretor do FBI
Na quinta-feira (5), o ideólogo da extrema-direita postou vídeo no Facebook, YouTube e Twitter defendendo que o presidente promovesse a demissão sumária de Anthony Fauci – que lidera a luta contra o coronavírus nos EUA – e do diretor do FBI Christopher Wray. Bannon pediu ainda que eles fossem decapitados:
“Na verdade, gostaria de voltar aos velhos tempos dos Tudor na Inglaterra. Eu colocaria as cabeças em estacas. Eu as colocaria nos dois cantos da Casa Branca como um aviso aos burocratas federais: ‘Ou você segue o programa ou está fora – hora de parar de jogar'”, postou o maluco fascista.
Diante dessa pregação de ódio, Facebook e YouTube removeram o vídeo. Já o Twitter emitiu uma suspensão total da conta de Steve Bannon, por violar sua política de “glorificação da violência”. A conta foi banida, em vez de suspensa por um período limitado de tempo, afirmou a empresa em nota oficial.
Calvário do líder fascista está no início
Como lembra a BBC, “Bannon foi chefe da campanha de Trump em 2016 e um dos principais conselheiros durante os primeiros meses de sua presidência… Guru da direita, prestou consultoria informal ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e apoiou a campanha de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018”.
Mas o calvário do líder da extrema-direita, que já teve tanto poder na Casa Branca, pode ser maior em breve. Em agosto passado, o picareta foi detido por suspeita de fraude fiscal, mas foi solto após pagar uma “multinha” de US$ 5 milhões. Logo, ele poderá voltar à cadeia!
Bannon foi preso na manhã de 20 de agosto e foi liberado à noite, após pagamento da fiança equivalente a R$ 27 milhões. Mesmo com a soltura, ele segue impedido de deixar os EUA enquanto seu processo corre em segredo de Justiça. Há boatos na imprensa ianque de que sua situação só se complica.
Ele e outros três larápios são acusados de fraude milionária contra doadores de um fundo chamado We Build the Wall (Nós Construímos o Muro), que arrecadava recursos para erguer uma barreira na fronteira dos EUA com o México – uma das principais propostas da campanha presidencial de Donald Trump há quatro anos.
O fundo arrecadou mais de US$ 25 milhões. Mas em vez de destinar os recursos para a construção do muro na fronteira, Bannon e seus comparsas roubaram parte da grana dos “patriotas” otários. Segundo a Promotoria, eles “receberam centenas de milhares de dólares” e “usaram os recursos de maneira inconsistente”.
Ainda de acordo com a denúncia da procuradoria de Nova York, Bannon recebeu mais de US$ 1 milhão do fundo por meio de uma organização chamada “Non-Profit-1”. Os promotores dizem que parte dessa grana “foi usada por ele para cobrir centenas de milhares de dólares em despesas pessoais dele”.
O clã Bolsonaro e outros otários
Além da fraude fiscal, o mentor da extrema-direita mundial e amiguinho da famiglia Bolsonaro também foi indiciado por lavagem de dinheiro. Cada um dos crimes pode resultar na pena máxima de 20 anos de prisão. Após a derrota de Donald Trump, seu ex-chefe e protetor, ele agora poderá ir para a cadeia
De acordo com o site do fundo, cerca de 500 mil doadores contribuíram na arrecadação de US$ 25 milhões para construir os 160 quilômetros de muro na fronteira do México. Será que a famiglia Bolsonaro, em especial o Dudu Bananinha – quase embaixador do hambúrguer nos EUA –, também está na lista dos otários?
Em 2018, Steve Bannon declarou apoio ao então candidato Jair Bolsonaro, a quem descreveu como um “líder brilhante”, “sofisticado” e “muito parecido” com Donald Trump. Com a chegada ao poder da famiglia, ele se encontrou várias vezes com o filhote 03 do presidente para “dar conselhos informalmente”. O clã está triste!
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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.
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