O agravamento da crise política parece que acelerou a fuga das ratazanas do governo. Nesta quarta-feira (23), o “rei das queimadas” Ricardo Salles pediu demissão do cargo de ministro da devastação ambiental de Jair Bolsonaro. O ricaço era alvo de inúmeras denúncias – inclusive de participar de um esquema de contrabando de madeira ilegal. Mas ele decidiu deixar o posto exatamente quando o laranjal bolsonariano está pegando fogo. Cortina de fumaça ou medo das labaredas?

Por Altamiro Borges*

Como registrou o site da CNN-Brasil, “em dois anos e seis meses no cargo, Ricardo Salles teve uma gestão marcada por tensões com parlamentares, organizações não-governamentais e países estrangeiros. O ministro também enfrenta um processo junto ao Supremo Tribunal Federal, em que é acusado de relação com esquema de desvio de madeira ilegal”.

Apesar desse isolamento e do recente cerco, o rei das queimadas, que se jactava de “passar a boiada” para os ruralistas nas regras ambientais, sempre contou com o apoio do “capetão”. Ele era o capacho do presidente. Nesta semana mesmo, em duas solenidades públicas, Jair Bolsonaro fez questão de bajular o seu ministro da devastação. Agora, ele pede para sair do governo. Muito estranho! Parece que o fogo se expande no Palácio do Planalto!

Em tempo: O fascista no poder já nomeou o substituto de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente. Será Joaquim Álvaro Pereira Leite, que já atuava na pasta como secretário da Amazônia e Serviços Ambientais. Segundo seu currículo oficial, o novo ministro é produtor de café e durante 23 anos foi conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB) – o antro dos ruralistas. Ou seja: nada mudou no laranjal bolsonariano. Será mais um jagunço do “capetão”.

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*Jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

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