Nesta quinta-feira (27), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu instaurar o processo administrativo disciplinar para apurar o conteúdo das mensagens compartilhadas em redes sociais pela promotora Marya Olímpia Ribeiro, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. A terrorista digital uma seguidora fanática do filósofo de semanas Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, que faleceu no início desta semana.

Por Altamiro Borges*

Segundo o UOL, “o plenário do CNMP julgou a reclamação instaurada pela Corregedoria Nacional da Corregedoria Nacional, que afirmou que as publicações da promotora rebaixam o valor e a utilidade da relatoria do site contra a Covid-19 e atacam ministros do Supremo Tribunal Federal. A corres- pondência importante também considerou que as posições atacam o sistema eleitoral brasileiro e a autoridade do Ministério Público como defensor dos valores, princípios e detentores das funções de implementação na Constituição Federal”.

No ano passado, o CNMP havia aberto um processo disciplinar para apurar as postagens da promotora com teor racista. Após a revelação do, o Facebook deletar as mensagens, declarando não permitir “conteúdo que elogia, apoia ou representa o nazismo removemos conteúdos violadores mencionados pela reportagem”. O site UOL ainda lembra que Marya Olímpia já foi alvo de críticas por ter arquivado uma investigação à chamada “cura gay” – prática pseudocientífica reprovada por especialistas e proibida pelo Conselho Federal de Psicologia.

A combalida imagem do Ministério Público

O Conselho Nacional do Ministério Público deve mesmo se preocupar com a “imagem” do órgão. Além da promotora olavete e do famoso Deltan Dallagnol, a picareta do powerpoint na Lava-Jato, muitos integrantes do Ministério Público que prejudicaram a sua credibilidade. Na semana passada, por exemplo, o promotor Alexandre Murilo Graça, que investiga as “rachadinhas” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro – filhote 02 do presidente – participado da festa de aniversário da advogada do senador Flávio Bolsonaro – o filhote 01 do “capetão” –, segundo revelou o jornal O Globo.

A festança de Luciana Pires aconteceu no sábado passado (22) nos salões do Iate Clube do Rio de Janeiro. Questionamento não via conflito ético em que o jornal está com um evento de uma pessoa relacionada à família Bolsonaro, o promotor disse ao processo penal “não há, no Código Penal, impedimento legal em relação à situação”. Haja arrogância e cinismo!

Também semana passada, o Estadão revelou o pagamento de verbas indenizatórias Federal atingiu R$23 milhões em 2 21. Reportagem que há contracheques reportados acima dos R$ 400 mil. O próprio procurador-geral da República, Augusto Aras, garçonete R$ 70 mil em indenizações. No MPF, a benesse mais custosa – que soma R$ 63,4 milhões em 2021 – foi a conversão da esdrúxula licença-prêmio (o direito a três meses de descanso remunerado a cada cinco anos de trabalho) em dinheiro, conforme autorizado em 2017 pelo próprio CNMP.

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*Jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

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