Pela lei n° 1.079, que regula o impeachment, o “capetão” já poderia ser enxotado da Presidência da República. Artigo 9°, por exemplo, tipifica como crime de responsabilidade “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”. Bolsonaro se enquadra nesse crime!

Por Altamiro Borges*

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Mas não basta citar um dos 65 tipos de crimes listados na lei 1.079 sobre o impeachment. É preciso mobilização de rua para convencer 2/3 dos deputados federais a autorizar a cassação e 2/3 dos senadores para decretá-la. Quem topa ir para rua para derrubar o laranjal de Bolsonaro?

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Até a revista IstoÉ – a mercenária “QuantoÉ”, que apostou na desestabilização política no país e ajudou a chocar o ovo da serpente fascista – agora teme o fascismo do “capetão”. Na edição desta semana, ela deu um “Basta!” garrafal na sua manchete.

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IstoÉ soa o alerta: “Ao fazer menções abjetas de conotação sexual contra Patrícia Campos Mello, Bolsonaro volta a dar demonstrações inequívocas de que fere o decoro e a liturgia do cargo… [Pela Constituição] ele já deu caudalosas razões para abertura do processo de impeachment”.

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O golpista Augusto Heleno, que deu um “foda-se” para o parlamento, está na berlinda. Segundo a deputada Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, “general Heleno pode dar murro na mesa, falar palavrão, espernear. Mas terá de se explicar ao Congresso que tanto despreza. Será convocado”

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Como registou Bernardo Mello Franco no jornal O Globo, o general “Heleno rasgou a fantasia da moderação militar”. A tal racionalidade dos milicos – que hoje tem nove dos 22 ministérios e ocupam 2500 postos no laranjal de Bolsonaro – está totalmente comprometida e desmoralizada

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Motivadas pelo “capetão” que ocupa a presidência, as milícias fascistas – militares e civis – estão cada dia mais agressivas. Motim no Ceará e ameaças à sede do PSOL em Niterói. Ou os democratas se unem, deixando de lado seus projetos particularistas, ou o pior ainda pode ocorrer nesse descarrilhado Brasil.

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Escritor Luís Fernando Veríssimo foi certeiro no texto intitulado “Apatifam-nos”: “É impossível observar o Brasil de hoje sem a sensação de estar assistindo a uma pantomima tragicômica, a decomposição de um Estado”. Ele detona a patifaria de “Bolsonaro & Filhos no palco do poder”.

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Enquanto os bolsonaristas incentivam motins no Ceará e o general Heleno dá um “foda-se” ao Congresso, a economia segue afundando. FGV informa que o investimento voltou a cair no quarto trimestre de 2019 e estima que o PIB cresceu apenas 0,6% nos três últimos meses do ano passado.

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Já o ‘Valor’, que sempre apoiou a agenda ultraneoliberal de Paulo Guedes, admite que a recuperação da economia é a mais lenta da história. O Brasil está há 22 trimestres abaixo do nível pré-crise (entre 2014 e 2016). A lentidão atual não encontra precedente na história do país.

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Quanto mais o servil Bolsonaro se curva diante de Trump, batendo continência à bandeira ianque, mais o império humilha os brasileiros – inclusive os que idolatram o “capetão”. Em 2019, os EUA detiveram 21 mil migrantes nativos – número 600% superior a 2018.

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Apesar do silêncio cúmplice da mídia colonizada, o golpe racista na Bolívia – que causou dezenas de mortes e milhares de feridos e presos – segue em curso. Nessa semana, a “Justiça Eleitoral” negou o registro da candidatura do ex-presidente Evo Morales ao Senado. O fascismo não dá trégua!

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A besta nazifascista mata na Alemanha. A chanceler Angela Merkel confirmou que atirador que matou 9 pessoas em bares da comunidade muçulmana em Hanau “agiu como um extremista de direita”. Crescem as críticas à AfD, partido fascista que hoje tem a terceira maior bancada no parlamento alemão.

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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

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