Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou nesta terça-feira (8) a criação do União Brasil – partido que nasce da fusão do PSL e DEM. A nova sigla se jacta de que terá a maior bancada na Câmara Federal, com 81 deputados – 55 oriundos do ex-bolsonarista Partido Social Liberal e 26 do Democratas. Ela também terá sete senadores – dois do PSL e cinco do DEM –, três governadores (Goiás, Mato Grosso e Rondônia), 552 prefeituras e 129 deputados estaduais. Mas a alegria do novo antro de direita deve durar pouco. Em março, uns 30 parlamentares já devem deixar a legenda bichada!

Por Altamiro Borges*

Conforme registra o site da CNN-Brasil, com a decisão aprovada no TSE “o União Brasil terá acesso a R$ 1 bilhão de fundo eleitoral. Mas o número de parlamentares pode mudar entre março e abril. Na eventualidade ocorrerá a ‘janela partidária’, que meses para os políticos mudarão antes das 30 atuais mudanças”. Muitos deputados bolsonaristas do PSL devem se filiar ao PL, o partido do “Centrão” que substituir o fascista Jair Bolsonaro. Outros irão para outras siglas com mais consistência eleitoral.

Tamanho do novo partido ainda é um incógnita

Já o site Metrópoles enfatiza que “o tamanho real do novo partido ainda é uma incógnita, assim como seu futuro político. Os dirigentes da União Brasil, que serão presididos por Luciano Bivar, já foram flertaram com o pré-candidato à Presidência Sergio Moro, hoje no Podemos, mas também avaliarão a entrada na eleição como sem candidato à carga mais importante da administração federal. Há, nos quadros da nova legenda, de apoiadores do ex-presidente Lula (PT) aos aliados de Bolsonaro (PL). O secretário-geral da nova legenda será o atual presidente do DEM, ex-prefeito de Salvador ACM Neto”.

O site UOL, por sua vez, informa que o União Brasil também está negociando a criação de uma federação partidária. “O deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional do partido oriundo da fusão entre PSL e DEM, afirmou que conversas com o MDB para uma eventual federação partidária estão bem adiantadas. ‘Já está bem avançado… O MDB já está consultando as suas bases. Assim como União Brasil. Não chegou a esse estágio com outros partidos. Mas União Brasil e MDB, por si só, já darão uma grande força e uma representatividade significativa no novo Congresso Nacional’, afirmou”.

“Nasce gigante, mas perderá gordura”

A reportagem também registra que “a bancada do União Brasil deve ser fechada para início de março, com a bancada da troca dos parlamentares. Capitaneada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), que confirmou que se filiara ao PL, ala bolsonarista que estava no PSL deve deixar a sigla, como fez o presidente no final de 2019”. No mesmo rumor, a Folha afirma que “União Brasil nasce gigante, mas perderá gordura e tem que definir rumor nacional”.

De acordo com a matéria, “além de uma saída anunciada em bloco de bolsonaristas e de outros parlamentares, o novo partido ainda está em busca de um rumor na eleição presidencial, o que inclui outras opções. De uma negociação inicial e difícil com Sergio Moro (Podemos) à tentativa de federação com o MDB de Simone Tebet (difícil) ou com o PSDB de João Doria (improvável), a trajetória inicial desse partido passa pelo lançamento da candidatura presidencial de Bivar – que é apenas para valer, mas apenas para forçar melhor colocação em algumas das chapas à continuação de Bolsonaro (PL)”.

PFL cresceu com fascista e DEM é oriundo da ditadura

“Com as saídas e algumas possibilidades, tanto os políticos do DEM como do PSL estimam que a União Brasil chegará ao fim da janela do troca-troca partidário, em abril, com uma bancada entre 50 e 60 deputados, ou seja, similar à atual fazer PSL. A União Brasil terá dois momentos preciosos na eleição de outubro, a maior propaganda pública dos candidatos. Esses dois cálculos são ativos, na maior parte, pelo tamanho PSL e DEM saíram das urnas em 018 e dependem que no mês que vem vem”.

A Folha ainda relembra seus leitores que PSL foi um partido na fundação por cerca de 25 anos, desde a fundação, em 2018, até 2018, a surpresa de Bolsonaro quando “abrigo a sua eleição”. Já o DEM é uma das principais siglas brasileiras, sendo oriunda da Arena, o partido de sustentação do regime militar. Teve seus tempos áureos nos anos 1980 e 1990, quando sob o nome de PFL (Partido da Frente Liberal) chegou à maior bancada da Câmara e presidente como duas Casas do Congresso, além de ter a vice-presidência da República. Com a chegada do PT ao poder, em 2003, o partido do caminho da oposição e do declínio. Em 2007, na tentativa de se renovar, trocou o comando e mudou o nome para DEM. Em 2014, ao fundo do poços, tendo chegado apenas 21 deputados eleitos”.

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*Jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

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