Altamiro Borges: O patético Weintraub provoca a China
O “imprecionante” Abraham Weintraub segue na disputa pelo título de o mais patético e imbecil ministro do laranjal. Em plena crise do coronavírus, o nanico resolveu atacar a China – principal parceiro comercial do Brasil e o maior fornecedor de equipamentos de saúde no tratamento da pandemia.
Por Altamiro Borges*
O jornal Valor, dedicado à cloaca burguesa, informa que o governo teme os efeitos do piriri verborrágico de Weintraub. O general Hamilton Mourão e a ministra da Agricultura foram acionados para apagar o incêndio. “A posição do governo brasileiro é de amizade com a China”, jurou a ministra-ruralista Tereza Cristina.
Mas o “capetão”, que vive enfiando sua canetinha no bolso, nada fez contra o ministro-panaca da Educação, que segue obrando besteiras. Ainda segundo o Valor, “Weintraub diz que ‘troca’ desculpas por respiradores… Ministro quer que chineses vendam mil respiradores a preço de custo para o Brasil”. Haja diplomacia!
Expressão grotesca do bolsonarismo
Abraham Weintraub, Ernesto Araújo (o “chanceler idiota”, segundo a Band) e Eduardo Bolsonaro (o Dudu Bananinha) são a expressão grotesca do bolsonarismo como vertente do fascismo. Seguidores fanáticos do filósofo de orifícios Olavo de Carvalho, os três já deveriam estar internados!
Enquanto o patético Weintraub, o “chanceler idiota” Ernesto Araújo e Eduardo Bolsonaro, Dudu Bananinha, se comportam como vira-latas sarnentos dos EUA, Donald Trump se apodera do insumos médicos da China e já negocia um contrato de venda de soja. Os ruralistas, que apoiam o laranjal de Bolsonaro, ficarão calados?
As incisivas reações chinesas
Diante de mais um incidente diplomático provocado pelos olavetes, a embaixada da China no Brasil foi novamente incisiva na resposta. Em sua conta oficial no Twitter, ela demonstrou “indignação” às declarações de Weintraub, que “são absurdas e desprezíveis e têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis”.
Ainda segundo a postagem, as provocações do ministro causam “influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”. Em tom duro, o embaixador Yang Wanming também exigiu que os provocadores “corrijam imediatamente os seus erros e parem com acusações infundadas contra a China”.
Na diplomacia internacional, porém, ninguém mais acredita no Brasil, que já virou um pária internacional. As provocações e os falsos pedidos de desculpas são recorrentes. No mês passado, por exemplo, o filhote 03 do “capetão”, o Dudu Bananinha, já havia culpado a mesma China pela propagação do coronavírus.
Na ocasião, o embaixador Yang Wanming também exigiu desculpas do filhote e do governo: “Suas palavras são um insulto maléfico contra a China e o povo chinês. Tal atitude flagrante anti-China não condiz com seu estatuto como deputado federal nem [com] a sua qualidade como uma figura pública especial”.
O embaixador chinês chegou a afirmar que Eduardo Bolsonaro contraiu “vírus mental” ao voltar de viagem a Miami (EUA), “infectando a amizade entre nossos povos”. Temendo represálias, o paizão do Dudu Bananinha até ligou para o líder chinês Xi Jinping para pedir desculpas. Mas era bravata. O clã Bolsonaro não tem cura!
O silêncio dos covardes ruralistas
Agora, com a nova provocação obrada pelo patético Weintraub, alguns analistas avaliam que os efeitos serão mais prejudiciais. “Esse acúmulo de feridas realmente pode levar a decisões mais sérias por parte do governo chinês”, alerta o chefe da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China, o empresário Charles Andrew Tang.
Com o mesmo temor, o deputado Fausto Pinato (PP-SP), presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara Federal, afirma que a sandices contra a China podem “comprometer as parcerias do agronegócio com o Brasil, favorecendo outros países… Isso beira a insanidade e a irresponsabilidade com o agronegócio”.
Como aponta a Folha, os ruralistas são os que mais temem os atritos diplomáticos. “Em relação à soja, por exemplo, o papel da China é fundamental. Somente no ano passado, o país comprou quase 80% de toda a produção da commodity produzida em solo brasileiro. O mesmo ocorre com o frango e a carne suína”.
“Uma eventual retração de investimentos atingiria em cheio o agronegócio, um dos segmentos que mais apoiam Bolsonaro. No mesmo sábado do post de Weintraub, a China anunciou que pretende reduzir, “por questão de segurança”, as importações de soja brasileira e ampliar as dos EUA. Apenas uma coincidência?
Além de maior parceiro comercial, a China é responsável pela produção de mais de 90% dos equipamentos de saúde em escala global. “Nessa guerra atual contra o coronavírus, o mundo inteiro depende da China. Os Estados Unidos, por exemplo, mandaram aviões para buscar ventiladores e outros componentes”.
Vale lembrar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2018, 26,7% das exportações brasileiras tiveram o país asiático como destino. Além de maior compradora de produtos nacionais, a China também investiu US$ 79 bilhões no país entre 2003-2019. Abraham Weintraub é um olavete maluco!
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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.
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