Imagem: César Trilho, 2020

O laranjal de Bolsonaro segue bastante funcional à cloaca burguesa – o que ajuda a explicar sua resiliência. O governo acaba de ampliar os ramos econômicos que poderão trabalhar aos domingos e feriados. “Medida foi comemorada pela Fiesp e exime empresas de negociar com sindicatos”, aplaudiu o jornal Folha de S.Paulo.

Por Altamiro Borges (*)

A portaria 19.809, publicada no Diário Oficial da União na sexta-feira (28), inclui na já longa lista do trabalho aos domingos e feriados o setor da indústria de alumínio; das usinas de açúcar e álcool; dos equipamentos médicos, odontológicos e hospitalares; e a indústria de carnes e derivados, entre outros.

No comércio, a portaria do “capetão” inclui atacadistas e distribuidores de produtos industrializados, lavandeiras e lavanderias hospitalares. Na agricultura, ela permite agora o trabalho aos domingos e feriados de trabalhadores nas culturas de grãos, cereais e cana-de-açúcar.

Já no setor de serviços, a lista dos superexplorados passa a incluir atividades como telemarketing, SACs (serviços de atendimento ao consumidor) e ouvidorias, serviços de canais digitais e suporte, áreas de tecnologia, segurança e administração patrimonial.

Ainda entraram na lista as atividades consideradas essenciais pelo governo durante a quarentena decorrente da pandemia da Covid-19. Entre elas, estão academias de esporte, salões de beleza e barbearias, construção civil, locação de veículos, distribuição de gás, entre outras.

Cloaca burguesa comemora a portaria

Segundo a Folha neoliberal, “a publicação da portaria foi comemorada pela Fiesp em grupos de WhatsApp com o banner que dizia ‘Pleito Fiesp-Ciesp atendido’. A diretora jurídica da Fiesp, Luciana Nunes, diz que não se trata de um pleito apenas da entidade, mas de várias federações do setor privado”.

A cloaca burguesa, que tem no seu DNA o fascismo, segue bastante satisfeita com o “laranja” Jair Bolsonaro. Com o golpe do impeachment contra Dilma Rousseff e a eleição do “capetão” em 2018, os ambiciosos e egoístas empresários avançaram como nunca contra os direitos dos trabalhadores.

Eles já conseguiram emplacar as “deformas” trabalhista e previdenciária, a ampliação das terceirizações, a asfixia e desmonte do sindicalismo, a famigerada “carteira verde e amarela”, o nefasto Teto dos Gastos – que corta investimentos nas áreas sociais e mantém os juros para os rentistas – entre outras maldades.

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(*) Altamiro Borges é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

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