O Fórum Nacional de Governadores encaminhou na semana passada um ofício ao genocida Jair Bolsonaro em que aponta graves problemas no abastecimento de medicamentos usados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Treze governadores assinaram a nota em que é solicitada a compra emergencial de 11 itens com carência de estoques.

Por Altamiro Borges*

O ofício argumenta que o vertiginoso crescimento no número de contágios nas últimas semanas levou o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) a informar sobre as irregularidades no abastecimento de bloqueadores neuromusculares, anestésicos e sedativos usados nas UTIs.

O Fórum ainda sugeriu o cancelamento, por 60 dias, das cirurgias eletivas, nos setores público e privado, para que os leitos sejam usados somente no tratamento da Covid. E também pediu urgência nas tratativas diplomáticas com outros países para a compra de medicamentos no exterior.

Será que o presidente genocida – que não gosta de ser chamado de genocida e ainda tenta censurar e intimidar os que o chamam de genocida – fará alguma coisa? Ou o genocida também acha que a crítica sobre as falhas de abastecimento para as UTIs é “mimimi e frescura”? Para não esquecer, “Fora genocida!”

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Sobre o genocida, vale reproduzir o contundente e corajoso artigo da jornalista Cristina Serra, publicado na Folha de S.Paulo:

Ge-no-ci-da!

Por Cristina Serra – 19 de março de 2021

Em meados do ano passado, o Brasil já ia pela casa dos 50 mil mortos pela pandemia.

E o que fez o genocida? Incentivou seus cães ferozes a invadir hospitais.

Na época, o cartunista Renato Aroeira traduziu numa charge a indignação de muitos brasileiros. No desenho, a cruz vermelha dos hospitais é convertida na suástica nazista pelo genocida. Uma imagem forte e poderosa. O Ministério da Justiça decidiu perseguir Aroeira, mas deu um tiro no pé. Em solidariedade, mais de 70 artistas republicaram a charge e amplificaram a crítica.

Movimento semelhante ocorreu nesta semana, quando o Brasil já está perto de alcançar cinco vezes mais mortes do que em junho.

Cinco manifestantes foram presos em Brasília por expor um cartaz que reproduz o trabalho de Aroeira e acrescenta a palavra que está no centro do debate nacional: genocida.

A mesma palavra motivou uma intimação policial ao youtuber Felipe Neto, que a usara para criticar o presidente”¦ genocida.

Rapidamente, uma frente de advogados criou a plataforma “Cala boca já morreu”, que oferece defesa gratuita para quem for processado ou preso por críticas ao genocida.

Felipe Neto não se deixou intimidar e revidou à altura no ecossistema que conhece como poucos e por meio do qual alcança milhões de pessoas.

Ele postou o vídeo “Bolso família”, programa de transferência de renda para uma única família, no caso, a do genocida.

Bem que a oposição poderia tomar aulas de comunicação com o youtuber.

Graças ao seu alcance, o epíteto pegou e estará colado para sempre na testa de Bolsonaro: genocida!

Seus atos estimulam a reprodução do vírus que está matando milhares. Por isso, Bolsonaro não é um assassino comum. É um genocida.

O país derrete no colapso hospitalar e sanitário.

Todos os dias são de despedidas. Para não adoecer de Brasil, temos que expressar nossa indignação. Neste texto, usei 11 vezes o termo genocida. E peço que você repita comigo, escandindo as sílabas: GE-NO-CI-DA!

* Cristina Serra é paraense, jornalista e escritora. É autora dos livros “Tragédia em Mariana – a história do maior desastre ambiental do Brasil” e “A Mata Atlântica e o Mico-Leão-Dourado – uma história de conservação”.

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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

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