Altamiro Borges: O delegado de Belém e o bloqueio na Justiça
Sem qualquer alarde na mídia falsamente moralista, a Justiça do Pará determinou o bloqueio dos bens do empresário Eduardo Eguchi, irmão do delegado Everaldo Eguchi, candidato da extrema-direita à prefeitura de Belém. Para derrotar Edmilson Rodrigues (PSOL), o candidato das esquerdas, vale até abafar escândalos.
Por Altamiro Borges*
A informação foi postada numa notinha bem tímida na revista Época. Nem o Jornal Nacional da TV Globo, do mesmo império midiático, repercutiu a grave denúncia. Segundo a matéria, o empresário “Eduardo Eguchi cometeu desvios de créditos florestais e desmatamento ilegal”.
Na ação, o juiz Raimundo Rodrigues Santana, da 5º Vara de Fazenda Pública, determinou o bloqueio de R$ 3 milhões do irmão do candidato do Patriota – sigla de aluguel da direita – à prefeitura da capital do Pará. O desmatador até tinha o direito de exploração florestal, mas cometeu várias irregularidades.
A maior fraude do tipo no Pará
“A mais grave foi a comercialização de 151.819,389m³ (99,91% do total autorizado) dos créditos florestais sem que houvesse extração que coincidisse com o valor comercializado. Ou seja, houve a pura venda de créditos para terceiros, método conhecido para ‘esquentar’ madeira ilegal”, descreve a revista Época.
A ação afirma ainda que os atos apontam para “a maior fraude deste tipo cometida no Estado do Pará”. O processo também acusa Eduardo Eguchi de ter burlado o Sisflora, o sistema que gerencia produtos florestais, para receber e repassar créditos. O delegado do “Patriota”, o bolsonarista metido a paladino da ética, tem algo a dizer sobre o caso envolvendo seu irmãozinho empresário?
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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.
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