Na sua “cobertura jornalística” – que mais se parece com torcida política –, a mídia hegemônica decreta mais uma vez a “morte do PT” e aponta o governador João Doria como um dos “ganhadores” das eleições municipais de domingo. Será? A candidatura presidencial do tucano saiu, de fato, fortalecida?

Por Altamiro Borges*

O PSDB, hoje sob comando do tucano novato João “Dólar”, foi o partido que mais perdeu prefeituras no pleito deste ano. Em 2016, a sigla elegeu 805 prefeitos; agora foram 520 eleitos – menos 285 governos municipais. Alguns tombos foram feios, como em Porto Alegre (RS), Teresina (PI) e Manaus (AM).

No cômputo geral, a sigla manteve a hegemonia em São Paulo – já chamado de “tucanistão” pela longa ditadura da legenda no Estado. Isto não quer dizer que a vitória na capital paulista, a “joia da coroa”, coloque o João Doria como um “ganhador”. Reeleito, Bruno Covas escondeu o governador e não se bica muito com ele.

A centro-direita e a direita nativa, que indiscutivelmente cresceram nas eleições municipais – com a inestimável ajuda da mídia burguesa –, ainda procuram um candidato para chamar de seu na sucessão presidencial de 2022. O tucano paulista não está com essa bola toda na disputa com o midiático Luciano Huck, o advogado de corruptos Sergio Moro e outros direitistas e trânsfugas.

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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

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