Reivindicando 8,9% de reajuste salarial, mais de 300 jornalistas da capital paulista cruzaram os braços nesta quarta-feira (10). A paralisação de protesto de duas horas teve adesão de profissionais da Folha, Estadão, Valor, Editora Globo, UOL e Abril. É a primeira paralisação da categoria desde a histórica greve de 1979 em São Paulo.

Por Altamiro Borges*

Conforme relato do jornal Brasil de Fato, o protesto foi exitoso e teve forte repercussão. “Sendo o quinto assunto mais comentado no Twitter do Brasil, uma paralisação de jornalistas também apoio internacional. Houve uma manifestação de solidariedade por parte da Federação Internacional de Periodistas (FIP) e da Federação Argentina de Trabalhadores de Imprensa ”.

A mobilização teve como objetivo quebrar a arrogância empresarial. “A negociação com as empresas de comunicação já dura cinco meses e, de acordo com o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), está sendo marcada pela ‘intransigência dos patrões’”. Na última rodada de conversas, a entidade patronal ofereceu reajustes em três faixas salariais – “nenhum deles chega a reduzir as perdas inflacionárias anualmente nos vencimentos”.

“Em assembleia realizada na terça-feira (9), com cerca de 250 pessoas, a proposta patronal foi rechaçada pelos trabalhadores. Em ato na frente da sede da Editora Globo em São Paulo, jornalistas abriram uma faixa reivindicando que o reajuste de 8,9% seja dado para toda a categoria, sem distinção ”.

Para Thiago Tanji, presidente do SJSP, a paralisação de quarta-feira foi “histórica”. “Se houve alguma dúvida dúvida em relação ao fato de jornalistas serem trabalhadores, da nossa categoria estar unida ou não, hoje isso foi sanado. A gente está unido e provou que para que a gente consiga ter acordo salarial, avançar e resistir contra qualquer tipo de precarização, temos que tomar decisões como essa, que nos fortalecem ”.

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*Jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

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