As baixarias na extrema-direita nativa não param e são hilárias. Criticada pelas milícias bolsonaristas por participar da festança de Arthur Lira, o presidente eleito da Câmara Federal que reuniu 300 convidados em uma mansão em Brasília, a ex-bolsonarista Joice Hasselmann reagiu irada: “vendidos”, “tchutchucas do Centrão”.

Por Altamiro Borges*

A deputada federal do PSL-SP, famosa por seu oportunismo, apoiou a candidatura de Baleia Rossi (MDB) na eleição da Câmara. Ela justificou a ida à gandaia do líder do Centrão como um ato de “convivência democrática”. O bolsonarismo raiz não aceitou a desculpa e detonou a ex-colega nas redes sociais. “Traíra” foi um dos adjetivos mais usados.

Em vídeos que circularam na internet, Joice Hasselmann aparece toda dançante entre os convidados do novo presidente da Câmara. Num deles, uma pessoa se aproxima da ex-bolsonarista e tenta filmá-la. Irritada, ela tenta impedir a filmagem e se afasta. A pessoa a chama de “cara de pau” por ir à festança. O vídeo viralizou na internet e estimulou o ódio da horda.

O chilique dos bolsonaristas e lacradores

Em seu perfil no Twitter, a deputada reagiu aos ataques de milicianos digitais do presidente – inclusive do seu filhote 03, Eduardo Bolsonaro. Ela criticou o “chilique generalizado dos bolsonaristas e de extremistas lacradores de internet que não entendem patavina” das relações no parlamento.

Joice Hasselmann ainda acrescentou: “Meu grupo do PSL raiz esteve com Baleia Rossi, não vendi meu voto, mas mantive a civilidade na relação com outros candidatos”. A referência ao balcão de negócios montado pelo governo, com liberação de grana em emendas e extras parlamentares e a indicação de novos cargos, deve ter irritado os governistas.

“Crápulas, hipócritas, vendidos”

Mas o que deve ter doído mais foi seu comentário ácido sobre os seguidores fanáticos do presidente. “Esses bolsonaristas – hoje tchutchucas do Centrão – são os mesmos que atacavam o Centrão com unhas e dentes e faziam o discurso fake contra a corrupção. São crápulas, hipócritas, vendidos”. Porrada!

E Joice Hasselmann ainda concluiu com um agouro: “Torço para que Arthur Lira seja o Eduardo Cunha de Jair Bolsonaro, paute o impeachment para que a Câmara corrija o erro que cometemos em 2018. Não demorará nada para que Bolsonaro tente tratorar o novo presidente da Câmara, que não é de se matar com a unha. E aí…”.

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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

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