Enquanto a economia afunda devido à pandemia da Covid-19, com quebradeira de empresas e explosão de desemprego, as chamadas “big techs” – empresas de tecnologia da informação – seguem obtendo lucros recordes. O Financial Times informa que o faturamento do Google superou as previsões do “deus-mercado”.

Por Altamiro Borges*

Segundo a matéria do jornal britânico, “o faturamento publicitário do Google registrou recuperação superior à esperada, ampliando a receita da empresa e os lucros da controladora Alphabet acima do que a maioria dos analistas antecipava, e gerando alta de 9% nas ações da empresa”.

O presidente do império tecnológico, Sundar Pichai, definiu o período como “um trimestre forte, compatível com o ambiente online mais amplo”. A receita publicitária do Google, que responde por todos os negócios da Alphabet, cresceu 10% até setembro, após ter caído 8% no trimestre anterior.

A publicidade no YouTube, que pertence a mesma empresa, também teve uma forte recuperação, subindo em 32% depois de uma alta de 6% no trimestre anterior. No geral, a receita da Alphabet foi de US$ 46,2 bilhões (R$ 265,5 bilhões), 14% acima do resultado obtido no mesmo período em 2019.

Impérios tecnológicos dominam o mundo

Outra “big tech” que segue acumulando fortunas é o Facebook. Segundo matéria recente da Folha, a receita bruta dessa gigante da tecnologia “cresceu acima do esperado por analistas no terceiro trimestre. Ela registrou alta de 22% na comparação com o mesmo período de 2019, atingindo US$ 21,5 bilhões (R$ 123,8 bilhões)”.

Ainda segundo o jornal, “a publicidade faz parte de quase toda a receita do Facebook, chegando a 98,8% do total no terceiro trimestre. A expectativa é que o quarto trimestre traga resultados ainda melhores, disse a companhia em seu relatório de divulgação do desempenho”.

“A procura por publicidade é resultado da transferência do comércio offline para o online na pandemia. Ao comentar o resultado do trimestre, o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, enfatizou que a plataforma está focando energias em construir espaço para o comércio eletrônico”.

No último trimestre, o Facebook registrou lucro líquido de US$ 7,84 bilhões (R$ 45,1 bilhões), alta de 29% na comparação com o mesmo período de 2019. Em relação aos usuários, foram registrados 1,82 bilhão de pessoas ativas na rede, contra 1,62 bilhão em 2019. O império tecnológico domina cada vez mais o mundo!

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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

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