Altamiro Borges: Flordelis nem festejou a vitória de Lira
A deputada bolsonarista Flordelis dos Santos (PSD-RJ), ré pela morte do maridão-pastor, nem pode festejar a vitória do seu candidato, Arthur Lira (PP-AL), para a presidência da Câmara Federal. Ela foi notificada que o pedido do seu afastamento das funções públicas já tem data oficial para ir a julgamento: 23 de fevereiro.
Por Altamiro Borges*
Os cinco desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidirão se a quinta deputada federal mais votada no estado deve ser afastada do mandato até que o processo em que é ré por ser a mandante do homicídio do marido, pastor Anderson do Carmo, seja concluído.
Morto a tiros na garagem de casa
No final de 2020, o promotor Carlos Gustavo Coelho recorreu da decisão. Seu pedido ganhou parecer favorável da procuradora Maria Christina Pasquinelli Bacha, que apontou possível uso do cargo para favorecer Flordelis no processo criminal e intimidar testemunhas. Agora, o caso vai a julgamento e pode resultar no afastamento definitivo da deputada.
Deputada vibra com eleição na Câmara
Como registra a revista Veja, “Flordelis apoiou o deputado Arthur Lira (PP-AL) para presidência da Câmara Federal. Lira foi a aposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Quando ele ganhou, a deputada postou uma foto comemorativa abraçada com Lira. Na legenda, ela escreveu: “Vencemos! Agora a Câmara terá voz”.
A pastora recebe R$ 10,1 milhões em emendas
Mesmo sendo ré pela morte do marido, a deputada segue bem ativa, articulada e impune. Dias após seu indiciamento, “a Veja revelou que Flordelis estava descumprindo medidas judiciais e se encontrando com investigados. Em setembro passado, a casa de uma testemunha-chave do processo foi alvo de um ataque à bomba”, lembra a revista.
Na ocasião, a magistrada da 3ª Vara Criminal de Niterói determinou que a deputada usasse tornozeleira eletrônica, além de proibi-la de sair de casa à noite. Já nesta semana, veio à torna que Flordelis recebeu emendas parlamentares no valor de R$ 10,1 milhões em 2020. Como se observa, no reino sagrado de Jair Bolsonaro, a pastora segue com muita influência.
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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.
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