A CPI do Genocídio vai colecionando provas – depoimentos e documentos – que evidenciam os crimes hediondos cometidos por Jair Bolsonaro e por seus capachos – civis e militares. Nesta quinta-feira (13), a Folha divulgou um texto enviado à comissão em que o próprio “governo admite perder 2,3 milhões de testes de Covid-19 e ameaça incinerar o excedente”.

Por Altamiro Borges*

O relatório foi feito pelo Ministério da Saúde a pedido do Ministério Público Federal (MPF). Ele confirma que os kits para detecção do novo coronavírus estão estocados em almoxarifado com prazo de vencimento até final de maio. “O processo do MPF foi encaminhado à CPI da Covid do Senado nesta semana”.

“No documento, o ministério afirma que guardava em abril 4,3 milhões de exames em Guarulhos (SP) com prazo de validade a expirar. Desse total, havia estimativa de perda de pelo menos 2,3 milhões por causa do vencimento em maio… Há lotes que vencem na sexta-feira (14)”, relata a Folha. Na verdade, os testes venceriam já a partir de dezembro passado. Mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), muito solicita, estendeu o prazo até maio.

Prejuízo superior a R$ 67,5 milhões

Ao MPF, o Ministério da Saúde justificou que a falta de fornecedores de materiais de coleta, a realização de extração manual, o aumento do número de amostras e a diminuição dos recursos humanos por causa da restrição ao trabalho presencial impediram a celeridade no processamento dos diagnósticos. Na prática, o governo assumiu que não investiu na testagem e na detecção da doença. No documento, o governo admite que as medidas adotadas foram insuficientes para “consumir todo o quantitativo de testes de RT-qPCR com vencimento para maio de 2021”.

Ainda segundo a Folha, cada teste em estoque custou R$ 42,30. “Se o governo federal perder os exames que vencem em maio, prejuízo será superior a R$ 67,5 milhões”. A coleção de depoimentos e documentos já disponível na CPI do Genocídio pode justificar muito mais do que o impeachment do presidente genocida. Ela dá cadeia!

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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

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