Bolsonaro segue derretendo em todas as sondagens de opinião – o que talvez explique o seu nervosismo com o descontrole da Petrobras. Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira (22) mostra que a avaliação positiva do governo e a aprovação do desempenho pessoal do presidente tiveram queda significativa desde outubro do ano passado.

Por Altamiro Borges*

No período de outubro a fevereiro, segundo a sondagem, os que consideram o governo ótimo ou bom caíram de 41,2% para 32,9% – queda de quase dez pontos percentuais. Já os que afirmam que o governo é ruim ou péssimo subiram de 27,2% para 35,5%. Aqueles que classificam a gestão como regular oscilaram na margem de erro, de 30,3% para 30,2%.

Já os que aprovam o desempenho pessoal do “capetão” Bolsonaro caíram de 52% para 43,5%. Os que desaprovam subiram de 43,2% para 51,4%. Na avaliação da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), que encomendou a pesquisa, o “fim do auxílio emergencial, os embates com a imprensa e a priorização da pauta de costumes podem explicar essas oscilações”.

A questão nevrálgica do desemprego

A pesquisa indicou o aumento do pessimismo dos brasileiros com os rumos da economia e com a explosão do desemprego. Ao todo, 33,8% dos entrevistados acreditam que a situação do país vai piorar nos próximos meses, ante 28,1% em outubro. Os que acreditam em uma melhora caíram de 29,8% para 25,7% no período.

Para 44,5%, a situação da economia está pior do que o esperado no início da pandemia da Covid-19; e para 13,3%, muito pior do que o imaginado. Apenas 13,2% responderam que a economia está melhor ou muito melhor do que o previsto. A expectativa quanto à situação do emprego no país também piorou.

Os que acreditam que a situação do emprego vai melhorar caíram de 36% para 28,1% entre outubro e fevereiro. Já os que creem na piora subiram de 30,1% para 40%. Os que acreditam que a situação ficará igual oscilaram de 31,1% para 30,3%. A questão do desemprego se mostra nevrálgica, um tema decisivo para a disputa de narrativas no próximo período!

Sociedade ainda não culpa o genocida

A pesquisa mostra ainda que os brasileiros estão muito preocupados com a situação da renda mensal. Os que acreditam que ela irá aumentar caíram de 26,5% em outubro para 22,7%. Já os que anteveem uma queda na renda subiram de 20,7% para 24%. Para 51%, a situação seguirá inalterada.

Outros indicadores também confirmaram o pessimismo: 38,3% disseram que a situação da saúde irá piorar, frente aos 27,2% em outubro. Apesar disso, quase metade (49,7%) não responsabiliza o “capetão” Bolsonaro pelas mortes causadas pela Covid-19 – o que indica que a denúncia do genocida ainda é bastante frágil na sociedade. Outro tema quente para a batalha de ideias.

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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

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