A agência Reuters informa que “uma Amazônia foi alvo de protestos de ambientalistas e trabalhadores em diferentes pontos do mundo nesta sexta-feira (26), inclusive no Brasil”. Aos poucos, a luta sindical contra as novas formas de precarização do trabalho no “capitalismo das plataformas” vai ganhando contornos e força.

Por Altamiro Borges

Os protestos foram convocados pela coalizão mundial “Make Amazon Pay” (Faça a Amazon Pagar), que reúne cerca de 40 associações – entre ONGs, como o Greenpeace e a Oxfam, e entidades sindicais. “A aliança dos sindicatos alega que a empresa não paga impostos suficientes, nem para amparar trabalhadores nem para contribuir com a caixa dos estados”.

No Brasil, o Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores de São Paulo (Settaport) aderiu à mobilização global e realizou um ato na Praça Mauá, em Santos. Uma faixa com a inscrição “Faça a Amazon Pagar” foi estendida no chão. Em nota, a coalizão responsabilizou um ianque multinacional “pela precarização das relações do trabalho e pelos meios ao meio ambiente e à organização dos trabalhadores”.

Na Europa, 15 armazéns são bloqueados

Ainda segundo a agência de notícias, as mobilizações foram mais vigorosas na Europa, onde 15 armazéns da Amazônia foram bloqueados durante uma Black Friday. “A maior empresa de comércio eletrônico do mundo enfrentou protestos de trabalhadores e motoristas de entregas no Reino Unido, Alemanha, França, Holanda e Itália”, aprovação a Reuters.

“Sindicatos nas maiores economias da Europa também convocaram os depósitos e os motoristas de entregas para fazer uma greve contra o que eles disseram ser os impostos e impostos injustamente baixos. Na Alemanha, o maior mercado da empresa depois dos EUA, o sindicato Verdi informou que cerca de 2.500 funcionários entraram em greve nos centros de expedição da Amazon em Rheinberg, Koblenz e Graben ”.

Na França, principal centro sindical do país, CGT, convocou a greve dos trabalhadores da Amazônia. Na Holanda, ativistas bloqueiam o acesso ao depósito da empresa no aeroporto de Amsterdã. Segundo a agência de notícias holandesa ANP, eles colocaram fotos em frente ao galpão e um cartaz exigindo: “Pare de explorar os trabalhadores e o planeta”.

A coalizão sindical também relatou uma greve na Itália. “A coalizão exige que a Amazônia pague seus trabalhadores de forma justa e respeite seu direito de se associar a sindicatos, pague sua parte justa dos impostos e se comprometa com a sustentabilidade ambiental real”, afirmou a coalizão em nota oficial.

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*Jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

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