Altamiro Borges: Allan dos Santos fuzila Carluxo: “covarde”
Na semana passada, a milícia digital bolsonarista – composta por ativos, rebeldes e chantagistas – voltou a bater boca na internet. O blogueiro Allan dos Santos, que fugiu para os EUA e anda meio magoado, disparou sua arminha contra o “capetão” Jair Bolsonaro e detonou a “covardia” do filhote 03, o Carluxo Pitbull.
Por Altamiro Borges*
Investigado pelo Supremo Tribunal Federal no inquérito sobre as fake news e no processo que apura a montagem e financiamento dos atos fascistas contra o STF e o Congresso Nacional, o fugitivo cobrou solidariedade do presidente e do clã ao também blogueiro Oswaldo Eustáquio, outro terrorista digital com problemas na Justiça.
“Silêncio” para pacificar “corja política”
Preso na penitenciária da Papuda, o miliciano sofreu um estranho acidente, bateu com as costas no chão e foi internado na terça-feira (22) no Instituto Hospital de Base, em Brasília. Em sua conta no Twitter, Allan dos Santos criticou a omissão do presidente, do seu pimpolho e também da ministra Damares Alves.
“Presidente Jair Bolsonaro (e Carlos Bolsonaro, que é quem usa o Twitter), o povo cobra e merece resposta. Se a vida de político está difícil, imagina a de quem não tem escolta armada, é preso sem cometer crimes e vê o seu silêncio”, postou direto do seu refúgio nos Estados Unidos. Ele ainda prosseguiu, mais diplomático:
“Presidente Jair Bolsonaro, se o senhor que REALMENTE não cerceia a liberdade de expressão ficará calado [sic], o que será do povo quando o retirarem daí graças às táticas de ‘pacificação’ com a corja política? Não se trata de ‘reclamação’. É seu dever FALAR pelo POVO. Ao menos FALAR”. Inocente, idiota ou chantagista?
“Covardemente calado”
Bem mais duro, sem sabujice, Allan dos Santos foi contra o “vereador federal” Carluxo Bolsonaro e a ministra Damares da Goiabeira. Após informar que os dois deixaram de segui-lo nas redes sociais, ele disparou: “Deixar de me seguir não é uma resposta, Carlos Bolsonaro. Eu esperava mais de você. Quanta covardia”.
“A Damares Alves deixando de me seguir no Instagram e o Carlos Bolsonaro fazendo o mesmo aqui [no Twitter] não é o tipo de resposta que eu esperava. Temos um jornalista preso sem cometer crime e estou cobrando em quem EU VOTEI. Se eu não cobrar em quem EU VOTEI, vou cobrar quem? Decepcionado”.
Allan dos Santos também cobrou um posicionamento de todo o clã. “Falem alguma coisa, Carlos Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro”. Mas o seu alvo principal foi o psicopata Carluxo. “O Carlos Bolsonaro leu, pois deixou de me seguir após a publicação. Continua calado, covardemente CALADO”.
70% de menções negativas ao “capetão”
O bate-boca entre as milícias bolsonaristas pode até não dar em nada – como em rupturas formais. Há muito de teatro digital para conseguir cliques e, também, de chantagem e jogo de interesses escusos. Mas há sinais de que essas refregas têm fragilizado o bolsonarismo exatamente no terreno onde ele era mais forte e coeso.
Pesquisa realizada pela AP Exata na semana passada mostrou que o Twitter registrou 70% de menções negativas para o “capetão” contra apenas 30% de positivas. A horda que concordou com Allan dos Santos e chamou o clã Bolsonaro de “covarde”, “traidor” e outros adjetivos foi bem maior do que a dos defensores do “mito”.
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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.
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