Jair Bolsonaro e seus jagunços seguem no campo brasileiro “passando a boiada” – muitas vezes com a ajuda do judiciário. Nesta semana, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília, liberou a restituição de madeira apreendida pela Operação Handroanthus-GLO, realizada pela Polícia Federal em dezembro de 2020.

Por Altamiro Borges*

O desembargador Ney Bello autorizou a liberação a pedido de Frederick Wassef, o advogado da família Bolsonaro que ficou famoso por esconder o operador das rachadinhas Fabrício Queiroz em seu escritório em Atibaia (SP). Ele impetrou o pedido de liminar defendendo uma das empresas investigadas pelo desmatamento, a MDP Transportes.

Operação Handroanthus, resultou na maior apreensão de madeira nativa ilegal da história do país: foram 131 mil metros cúbicos. Os agentes da PF localizaram 43,7 mil toras em vários pátios de estocagem abertos no meio da mata na divisão entre Pará e Amazonas. A ação confiscou madeira é suficiente para a construção de 2.620 casas populares.

Ainda mais a imagem de Ricardo Salles, ex-ministro da devastação ambiental do laranjal bolsonar. Ele inclusive virou de notícia-crime da PF por tentativa de atrapalhar as apurações e ganhou uma acusação pelo crime de facilitação de contrabando. Defecado do governo, ele agora quer ser senador por São Paulo.

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Em tempo-1: o desembargador Ney Bello é um dos nomes cotados pelo fascista Jair Bolsonaro para ser indicado a uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em tempo-2: Num evento do agronegócio em Brasília na segunda-feira (17), o presidente ruralista apresenta ao afirmar que o governo aproveitou em 80% o registro de infrações no rural. “Paramos de ter grandes problemas com a questão ambiental, em especial no tocante à multa”, afirmou o desmatador-mor do Brasil.

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*Jornalista, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central

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