Manifestações de protesto tomaram conta de diversas cidades do Cazaquistão, depois do anúncio de mais um aumento no preço dos combustíveis, principalmente o gás.

O presidente Kassym-Jomart Tokayev declarou estado de emergência e todos os ministros de seu governo renunciaram na quarta-feira (5), depois de dias de sublevação. O vice-premiê, Alikhan Smailov, foi indicado para a função de primeiro-ministro interino.

A maior cidade do país, Almaty, foi palco de protestos e confronto com forças policiais. Viaturas policiais foram incendiadas, segundo informa a agência AFP, segundo a qual, foram usadas bombas de gás lacrimogêneo e de percussão para dispersar a multidão que invadiu o prédio da Câmara Municipal local.

O presidente condenou a “invasão a prédios de governo”, mas disse que iria “discutir o atendimento às demandas socio-econômicas”.

Os primeiros atos de rebelião ocorreram durante o final de semana (1º e 2 de janeiro) na cidade de Zhanaozen, a mesma localidade onde, em dezembro, um protesto foi reprimido deixando 16 civis mortos.

Além dessas duas cidades, prédios governamentais foram atacados por multidões rebeladas nas cidade de Shymkent e Taraz. No total, segundo indica o jornal The Guardian, 95 policiais ficaram feridos durante os protestos.

O preço do gás veicular (muito usado na região oeste do Cazaquistão) dobrou em questão de dias. Tokayev declarou que irá restituir o preço anterior ao gás e, em recomendação aos governadores das províncias, pediu que os governos locais ajudem a monitorar o preço dos combustíveis, gasolina e diesel, assim como “outros produtos socialmente importantes”.

Também anunciou que irá enviar uma lei permitindo a falência pessoal, com parcelamento de dívidas facilitado, assim como o congelamento de preços de serviços e o subsídio a aluguéis das famílias pobres.