Os aumentos dos preços de itens da cesta básica deram uma trégua em março, mas a alimentação continua pesando no bolso dos brasileiros. É o que indica a mais recente Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo o levantamento, entre fevereiro e março de 2021, o custo médio da cesta básica de alimentos diminuiu em 12 cidades e aumentou em outras cinco.

A pesquisa é realizada em 17 capitais. A cesta continuou custando acima de R$ 600 em quatro delas. O maior valor, de R$ 632,75, foi registrado para Florianópolis. A segunda cesta mais cara foi a de São Paulo, ao custo de R$ 626. O terceiro lugar coube a Porto Alegre (R$ 623,37) e o quarto ao Rio de Janeiro (R$ 612,56).

Em sete capitais (Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Campo Grande, Goiânia, Fortaleza e Belém), o valor de uma cesta básica ficou acima de R$ 500. E em cinco cidades (João Pessoa, Natal, Aracaju, Recife e Salvador) não ultrapassou a barreira dos R$ 500, sendo o maior custo registrado para João Pessoa (R$ 478,52) e o menor para Salvador (R$ 461,28).

Em 12 meses, ou seja, ao comparar o valor em março de 2020 e março de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos teve aumento em todas as capitais pesquisadas. As cidades da região Sul acumularam as maiores taxas. Em Porto Alegre, o acréscimo chegou a 25,2% e, em Curitiba, a 24%. Belém, no Norte do país, apresentou a terceira maior variação: 23,15%.

Com base na cesta mais cara que, em março, foi a de Florianópolis, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário em março deveria ser equivalente a R$ 5.315,74, o que corresponde a 4,83 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.100. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em fevereiro, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.375,05, ou 4,89 vezes o mínimo vigente.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à contribuição da Previdência Social, nota-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em março, na média, 53,71% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em fevereiro, o percentual foi de 54,23%.