Alice Portugal: é preciso pressão popular para impunidade não vencer
O relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que defendia a autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o ilegítimo Michel Temer (PMDB) pelo crime de corrupção passiva foi reprovado por 40 votos a 25, nesta quinta-feira (13). A líder comunista na Câmara, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), ressaltou a importância da mobilização popular e da pressão social neste momento, “para que a impunidade não prevaleça”.
“Não estávamos julgando Temer hoje, apenas propondo que fosse admitida a denúncia e a licença do presidente para que ele responda perante o STF. Agora é hora de o povo se manifestar. Aproveitar o recesso e ir aos aeroportos, falar com seus deputados, recebê-los nas suas cidades e perguntar se eles vão votar a favor do povo brasileiro, da ética, ou se vão blindar Michel Temer”, provocou a líder.
Desde que a denúncia chegou à Câmara, o governo substituiu 19 dos 66 integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de partidos como PMDB, PR, PTB, PRB e Solidariedade. Para o deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA), membro do colegiado, essa é apenas uma das sinalizações do quão contaminado está o resultado.
“A base governista conseguiu apenas sete votos a mais do que o necessário para rejeitar o parecer de Zveiter, e isso fazendo todas as trocas e manobras que fez. A batalha é no Plenário, e lá não há substituições”, avaliou o parlamentar.
Após a rejeição do parecer, a CCJ aprovou um novo relatório, de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomenda a não autorização para encaminhamento da denúncia contra Michel Temer ao Supremo.