Alice: Fundação Palmares está entregue à incompetência e ao desdém
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), também presidenta da Comissão de Cultura da Câmara, reprova a atuação do presidente Sergio Camargo no comando da Fundação Palmares, diante do descaso em relação ao acervo da instituição, que ele julga ser a maior parte de esquerda.
“O Presidente da Fundação Cultural Palmares requenta o seu pífio argumento da existência de publicações partidárias no acervo da entidade. Flagrado pela diligência que coordenei, provamos o mau trato do patrimônio sob a guarda da Fundação. Livros amontoados, quadros e fotos em vias de serem inviabilizados, nenhuma noção do paradeiro das cartas de alforria e dos termos de posse de territórios quilombolas”, conta Alice.
Na última sexta-feira (7), a Justiça Federal emitiu uma sentença proibindo que a Fundação Palmares excluísse parte de seu acervo, como já desejou Sergio Camargo, correndo risco das partes envolvidas serem intimadas. No dia seguinte, no sábado (8), o presidente da instituição usou as redes sociais para apontar o espaço destinado para as publicações que, segundo ele, são de caráter de esquerda.
“Teremos um cercadinho para os livros da missão institucional da Palmares, na futura biblioteca na nova sede de instituição. Os livros delinquenciais ficarão no fundo da biblioteca, à esquerda de quem entra, identificados com a placa ‘Acervo da Vergonha’”, disse.
A presidenta da Comissão de Cultura da Câmara expressa sua indignação em relação a como a entidade, que deveria promover e defender a afro-brasilidade, tem sido guiada durante o governo Bolsonaro. “A Fundação está entregue à incompetência e ao desdém, que ele [Sergio Camargo] dedica à história do povo negro na construção do Brasil. As cinco ‘caixinhas’ [em referência a imagem de livros encaixotados] são publicações, que de praxe, as fundações trocam entre si, e que ele resolveu usar como base para seu discurso destrutivo. Tome vergonha, Sr. Sergio, e cuide do patrimônio cultural do povo brasileiro. Ou melhor, peça para sair”, exige Alice Portugal.
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PCdoB da Bahia
